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Zambelli teve a arma apreendida e foi liberada por não infringir lei eleitoral, diz polícia

Deputada federal perseguiu homem com arma em punho pelas ruas do Jardins, em São Paulo

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São Paulo

A deputada federal Carla Zambelli (PL) teve a arma apreendida neste sábado (29) após perseguir um opositor político pelas ruas do Jardins, em São Paulo, e foi liberada em seguida por não ter infringido a lei eleitoral, segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública).

Em nota, a SSP afirmou que a perseguição ocorreu a mais de 100 metros de uma seção eleitoral e, portanto, não pode ser enquadrada como descumprimento da resolução eleitoral aprovada em dezembro do ano passado que proíbe o transporte de armas nas 48 horas que antecedem e posteriores ao dia de votação em endereços próximos de colégios eleitorais.

Deputada federal Carla Zambelli (PL) atravessa rua com arma em punho no Jardins, na zona oeste de São Paulo - 29-out-22/Reprodução

Emenda constitucional determina que parlamentares só podem ser presos em flagrante por crimes não afiançáveis. A imunidade prisional inerente ao cargo permite que a prisão seja julgada pelo plenário da Câmara dos Deputados, no caso de Zambelli.

Na madrugada deste domingo (30), a Polícia Civil autuou em flagrante o segurança da parlamentar por disparo de arma de fogo. Ele foi identificado como o policial militar Valdecir Silva de Lima Dias, que estava de folga, e teve a prisão decretada. O segurança foi liberado após pagar fiança de um salário mínimo.

O segurança passou por exame residuográfico e foi constatado que ele disparou a arma durante perseguição ao jornalista Luan Araújo, 32.

Em seu depoimento à Polícia Civil, o segurança de Zambelli disse que disparou a arma acidentalmente porque pisou em falso enquanto corria atrás de Araújo e sentiu seu joelho "falhar".

Na delegacia, Zambelli disse que sacou a arma após perceber que Araújo colocou a mão na cintura em gesto que interpretou como possibilidade de estar armado. Não há nenhuma referência no boletim de ocorrência de que ele estava armado.

A informação de que a Polícia Civil havia expedido mandado de prisão contra a parlamentar chegou a ser tuitado pelo deputado federal André Janones (Avante), sem confirmação.

Após prestar depoimento na delegacia, a deputada deu informação contrastante com a da polícia e afirmou que ainda estava de posse da arma e que iria levá-la ao votar, neste domingo (30). Ela também disse que usaria um colete à prova de balas na sua seção eleitoral.

Em entrevista à Folha, a Zambelli afirmou que estava almoçando com o filho de 14 anos, quando um grupo de pessoas a reconheceu e ficou do lado de fora.

Segundo a deputada, um homem, bastante exaltado, a ofendeu com palavrões e a chamou de prostituta. Além disso, de acordo com o relato, ela teria recebido uma cusparada e caiu no chão após ser empurrada.

"Eu estava almoçando com meu filho no bar, um homem começou a me xingar e falar que o Lula iria ganhar. Eu tenho porte federal de armas, [mostrei] até para ele parar", disse a deputada à Folha.

Um vídeo mostra o homem discutindo com Zambelli na calçada. A deputada cai no chão, levanta e sai correndo atrás dele junto com outro homem armado. É ouvido um disparo.

Ela afirma que queria que o homem parasse para que a polícia fosse acionada. Nesse momento, ela diz que alguém teria feito menção de sacar uma arma que estaria "velada" e fez um disparo para o alto.

"Com certeza [motivação política partidária], ficou gritando Lula, dizendo que Lula vai ganhar. Me chamou de burra, vagabunda, prostituta", contou. "Várias pessoas ficaram olhando, tenho como provar com testemunhas."

Na sequência, Carla atravessou a rua com a arma em punho, entrou no bar e mandoiu o homem deitar no chão. "Você quer me matar para quê?" pergunta o homem sob a mira da deputada.

O homem negro grita por socorro e depois foge correndo pela rua.

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