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Boulos derrapa ao falar de impostos e velórios no Roda Viva

Candidato do PSOL erra ao generalizar cobrança do Imposto sobre Serviços no Nordeste

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São Paulo

Guilherme Boulos (PSOL) foi o terceiro candidato à Prefeitura de São Paulo entrevistado no Roda Viva, da TV Cultura. O programa foi ao ar nesta segunda-feira (26) e está disponível no YouTube.

Assim como os primeiros convidados, Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB), ele falou alguns dados incorretos durante a sabatina. O Roda Viva ainda deve receber os outros dois candidatos ao pleito que ocupam as cinco primeiras posições nas pesquisas, Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB).

Boulos errou, por exemplo, em relação a cobranças de impostos municipais. Disse que empresas de telemarketing estão trocando São Paulo, onde o ISS (Imposto sobre Serviço) é de 5%, por capitais nordestinas, que "botaram o ISS a 3%".

Guilherme Boulos (PSOL), durante sabatina do Roda Viva - Reprodução - 26.ago.2024/TV Cultura/YouTube

Ele acertou ao citar como exemplo João Pessoa, onde o ISS é até mais baixo —2% (a alíquota mínima do imposto, segundo a legislação)— , mas errou ao mencionar Natal, que cobra os mesmos 5% de São Paulo. Fortaleza e Aracaju também cobram este valor; em Maceió e Salvador, é 2%. As outras prefeituras não informaram o valor do ISS para telemarketing até a publicação deste texto.

De acordo com o candidato, empresários aceitariam ficar em São Paulo com o ISS de 3% em bairros como Grajaú, Parelheiros, Perus e Itaim Paulista. Este último está na zona leste da cidade, onde contribuintes podem aderir ao Programa de Incentivos Fiscais da Zona Leste, que reduz para 2% o valor do imposto.

Procurada, a assessoria de imprensa do político não comentou os 5% cobrados em algumas capitais do Nordeste e reforçou haver migração das empresas para a região.

As imprecisões seguiram. O deputado federal derrapou ao relembrar seu tempo de televisão durante o primeiro turno das eleições de 2020. Ao falar sobre sua força nas redes sociais no pleito anterior, Boulos disse que teve apenas 12 segundos de propaganda na TV, porém, eram 17 segundos (cerca de 40% a mais) por cada uma das duas inserções diárias.

Boulos generalizou ao dizer que o valor de um velório aumentou quatro vezes na cidade. "Você terceiriza um serviço que não era bom, com a perspectiva de melhorá-lo. Ele piora, se torna mais caro e humilha as pessoas na hora mais difícil", afirmou.

Como a Folha informou, essa alta de 400%, ocorrida com a concessão do serviço para a iniciativa privada, em março do ano passado, não é para todos que precisam contratar o Serviço Funerário Municipal.

Ele é gratuito para famílias que ganham até três salários mínimos e há valores mais baixos no funeral social, para quem não tem como pagar no ato e recebe um prazo de 60 dias para pagar a taxa mínima ou se cadastrar em programas sociais. Nesse último caso, como informou à prefeitura à época, houve redução de 25% (de R$ 755 para R$ 566).

A equipe de Boulos afirmou à Folha que ele se referia a um alerta do TCM (Tribunal de Contas do Município) para a prefeitura, de setembro do ano passado, apontando que o serviço funerário não estava respeitando a gratuidade para famílias de baixa renda.

Consultado, o TCM informou que reforçou com as concessionárias, no mês seguinte, as políticas contratuais, o que incluía a instalação de placa com o aviso da gratuidade.

Boulos acertou duas declarações dadas pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB). Disse que o adversário concorda com a posição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a pandemia.

"Não mandou a vacina? Não faltou nada para ninguém. Mandou R$ 4 bilhões só para a cidade de São Paulo na época da pandemia. Faltou nada", disse Nunes em vídeo publicado em maio pelo Metrópoles.

O psolista também falou a verdade quando disse que o prefeito mentiu ao associá-lo, em uma frase só, ao Hamas e ao Comando Vermelho. O episódio aconteceu em novembro, durante inauguração de igreja evangélica na cidade. Nunes não citou Boulos nominalmente, mas ficou claro que estava falando do adversário.

A falsa ligação do psolista com o grupo terrorista palestino vem sendo feita pelo menos desde outubro do ano passado. Já com o Comando Vermelho a associação foi feita após foto dele com Luciana Barbosa Farias, a "dama do tráfico amazonense", em novembro de 2023. À época, Boulos afirmou que o único encontro dos dois teria sido no momento do clique.

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Colaborou Luisa Alcantara e Silva e Caroline Hardt, de São Paulo

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É um projeto dedicado ao combate da desinformação nas redes sociais patrocinado pela Philip Morris Brasil.

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