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Tabata repete Marçal, lança insinuação sem provas e promete revelá-la em debate

Candidata do PSB diz que denúncias não são 'da boca para fora' e que, quando se depara com ilegalidade, encaminha à Justiça

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São Paulo

Com vídeos em tom de denúncia, a candidata Tabata Amaral (PSB) repete estratégias de Pablo Marçal (PRTB), faz acusação sem apresentar provas e promete revelação em debate que acontece neste domingo (1º).

Enquanto o ex-coach afirma que Guilherme Boulos (PSOL) é usuário de cocaína sem mostrar provas, Tabata diz que sua campanha detectou irregularidades na forma com a qual Marçal conseguiu milhões de seguidores em poucos dias. Ela também não apresenta comprovações da denúncia.

Tabata Amaral durante o debate promovido pelo jornal Estado de S Paulo, Terra e Faap, no dia 14 de agosto
Tabata Amaral durante o debate promovido no último dia 14 de agosto - Bruno Santos 14.ago.2024/Folhapress

No sábado (24), a Justiça Eleitoral determinou a suspensão dos perfis de Marçal em redes sociais até o final das eleições. A decisão, em caráter liminar, foi concedida na ação movida pelo PSB. A Justiça, no entanto, autorizou o candidato a criar novas contas.

Em menos de 48 horas, Marçal angariou mais de 2,5 milhões de seguidores e passou os adversários nesse quesito.

Em um vídeo publicado nas redes, Tabata insinua que o ex-coach atuou de forma ilegal para isso. "Pablo dá mais um passo fora da linha, um passo em falso. A gente já identificou como é que ele ganhou tantos seguidores na conta nova em tão pouco tempo. Um spoiler: Não foi graças ao seu rostinho harmonizado", diz a candidata do PSB.

Ela foi questionada na segunda-feira (26), em entrevista a jornalistas, sobre o que havia descoberto de irregularidade contra Marçal e disse que o candidato possui "indícios fortíssimos de caixa dois".

"Há toda uma máfia digital sendo financiada descumprindo a lei, com dinheiro que não sabemos de onde vem e seguindo regras que não estão sendo postas no debate", afirmou.

Nesta quinta (29), durante agenda de campanha na República, centro de São Paulo, Tabata voltou a comentar a acusação que faz sem apresentar provas, mas refuta que semelhança com a tática de Marçal. Diz que eles têm diferenças e que as provas serão apresentadas durante o debate da TV Gazeta no domingo, dia 1º de setembro.

"Identificamos e temos três provas que estamos recolhendo de como é que ele fez para crescer de forma tão acelerada. Mas a gente vai primeiro levar isso para Justiça e levar no debate de domingo o que foi que a gente identificou", afirmou Tabata.

A candidata também reiterou que sua história e a de Marçal são diferentes, relembrou que ele foi preso sob suspeita de integrar quadrilha envolvida com fraude bancária e "responde a inúmeros crimes".

"Ele [Marçal] fala ao vento, não está nem aí que seja uma mentira. Quando eu me deparo como uma corrupção, eu levo para a Justiça. Não é da boca para fora", afirmou a candidata, que apareceu em quinto lugar na mais recente pesquisa do Datafolha, divulgada na semana passada, com 8% das intenções de voto.

Como a Folha mostrou, a campanha de Tabata usa vídeos de denúncia contra Marçal como trampolim para aumentar a taxa de conhecimento pela cidade —hoje, apenas 61% da população diz conhecer a deputada federal.

O vídeo publicado na segunda-feira teve até esta quinta 2,5 milhões de reproduções só no Instagram. Além do tom sombrio, Tabata aposta em frases de efeito nas peças, como "P de Pablo, C de coach, C de criminoso", diz ela.

Em vídeos de campanha, Tabata aproveita espaço nas redes sociais para denunciar oponentes
Vídeo da campanha de Tabata com ataque a Marçal - Reprodução

Na gravação, ela relembra as polêmicas de Marçal, que já foi condenado em 2010 por furto por participação em uma quadrilha de fraude bancária, e relembra que pessoas próximas ao candidata têm ligação com o PCC (Primeiro Comando da Capital).

Em entrevista ao UOL, o marqueteiro de Tabata, Pedro Simões, afirmou que, nos vídeos, a campanha adotou estratégias com objetivo de desconstruir Marçal.

"Talvez esses candidatos que se colocam como outsiders, antissistema, tenham entendido mais rápido que o cenário de comunicação tradicional mudou, dão menos atenção a televisão. Bolsonaro foi eleito com segundos de televisão", disse ele.

Para ele, as táticas necessárias nos novos tempos não são necessariamente da extrema direita e podem ser usadas pelo campo democrático. "A gente precisa utilizar para conseguir falar com esse público", afirmou.

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