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Vídeo de Boulos minimizando protesto que quebrou vidraças da Fiesp é de 2016

Mensagem viral no WhatsApp exibe outras vezes em que o candidato participou de manifestações

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São Paulo

Um vídeo sobre o candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) ganhou o selo de encaminhado com frequência no WhatsApp. Trata-se de uma compilação que mistura entrevistas e reportagens verdadeiras do político em três anos diferentes. No topo do conteúdo lê-se o recado: "Atenção, São Paulo! Se você mora e vota na cidade de São Paulo, você tem a obrigação de ver (e compartilhar!) esse vídeo".

A primeira entrevista que aparece na mensagem viral é do Podcast Reconversa, feita em 2023. No trecho selecionado, Boulos fala para o jornalista Reinaldo Azevedo e para o advogado Walfrido Warde como ele é percebido por parte das pessoas: "Para o público de direita, eu sou radical, extremista, invasor de terra e comunista, que vou tomar a casa deles", diz o deputado. Em seguida, Azevedo, ex-colunista da Folha, pergunta: "Você não vai fazer nada disso?".

Foto de Bruno Santos mostra o perfil do busto de Guilherme Boulos. O pré-candidato é um homem branco, com cabelos pretos curtos e olhos castanhos. Ele tem uma barba espessa castanha e um bigode grosso da mesma cor. Boulos está com a boca aberta para falar, ele veste uma camisa social branca e um blazer cinza-claro por cima.
O candidato Guilherme Boulos - Bruno Santos - 14.ago.2024/Folhapress

"Por enquanto não", responde Boulos, em tom de brincadeira. O trio ri e Warde sugere que a equipe edite a fala do entrevistado: "É só dizer ‘não’". Então, o deputado completa: "Não farei, definitivamente. Não está nos meus planos".

Em seguida, o conteúdo mostra trecho de uma reportagem da Globo de 2017 sobre a detenção de Boulos, então coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), na zona leste de São Paulo. Ele foi detido durante uma ação da Polícia Militar que despejou cerca de 700 famílias de um território ocupado irregularmente por elas.

O então colunista da Folha foi "acusado de participar de ataques com rojão contra a PM, incitação à violência e desobediência", de acordo com a nota enviada pela Secretaria da Segurança Pública ao jornal na época. Boulos foi liberado no mesmo dia e disse ter sido alvo de perseguição política.

O vídeo que circula no WhatsApp ainda exibe uma reportagem da TV Gazeta sobre protestos na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) contra a PEC 55, conhecida como PEC do teto de gastos, em 2016. Na gravação, manifestantes depredam o edifício.

Em seguida, aparece Boulos dando entrevista ao repórter. "O povo tem uma indignação guardada. E vou dizer para você, algumas vidraças quebradas na Fiesp não são nada perto da quebra e do dano que a Fiesp causa ao povo brasileiro diariamente com suas políticas", diz ele.

Prisões

Em debates eleitorais, o candidato Pablo Marçal (PRTB) vem afirmando que Boulos foi preso diversas vezes. De acordo com dados disponíveis no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), além da prisão em 2017, informada acima, o psolista também foi detido em 2012 em São José dos Campos, no interior paulista, acusado de causar "dano qualificado".

O caso foi durante uma ação policial na Ocupação Pinheirinho. A investigação policial disse que ele jogou uma pedra contra viaturas e estragou parte do alambrado do Centro Poliesportivo Campo dos Alemães.

De acordo com uma nota enviada pela assessoria do candidato, "todos os casos foram arquivados pela Justiça, reforçando a arbitrariedade e a ilegalidade das conduções".

Uma reportagem da revista piauí de 2018, porém, afirmou que ele foi "preso cinco vezes durante cumprimentos de mandados de reintegração de posse (só dormiu na prisão uma vez)".

Segundo o mesmo texto, Boulos comentou sobre uma possível detenção no começo da sua vida como militante entre 2002 e 2004.

"Um dia, o pessoal de uma igreja foi fazer uma celebração num acampamento e eu bati o pé. Disse que ali havia muitas religiões e não era espaço para aquilo. Meses depois, fui preso numa desocupação, e a primeira pessoa a me visitar foi o padre que eu tinha criticado. Nos acampamentos, a realidade é maior que as teorias", contou em entrevista.

A assessoria do candidato disse não ter informações sobre estes outros casos.

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