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Venda à Tailândia não afeta Gripen no Brasil, diz fabricante

Caça comprado pela FAB venceu concorrência com F-16 no país do Sudeste Asiático

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São Paulo

A fabricante sueca Saab afirmou que a venda do caça Gripen E para a Tailândia não afetará o cronograma de entrega do avião à FAB (Força Aérea Brasileira).

"Um potencial acordo com a Tailândia não terá um impacto negativo no Programa Gripen Brasileiro. A Saab está totalmente comprometida em fazer as entregas de acordo o contrato atual no Brasil", disse a empresa em nota à Folha.

O segundo caça Gripen operacional da Força Aérea Brasileira taxia na pista

O governo do país do Sudeste Asiático anunciou nesta semana que selecionou o caça para começar a renovação de sua frota de combate, que tem 11 Gripen da geração anterior àquela adquirida pelo Brasil e pela Suécia, além de 50 versões mais antigas do F-16 americano e 25 obsoletos F-5, também feitos nos EUA.

Foi a primeira venda do Gripen de terceira geração, a E/F para um cliente estrangeiro desde que o Brasil optou pelo caça, há dez anos. Ainda não há um contrato formal, mas especula-se que os tailandeses irão adquirir inicialmente de 12 a 14 unidades do modelo E, para um piloto.

A FAB encomendou 36 aviões, mas em vez de retirá-los da proverbial prateleira, tornou-se parceira dos suecos no desenvolvimento da nova geração do caça —que só existia na forma de um protótipo àquela altura.

Foram envolvidas empresas locais, como a Embraer e a Akaer, que no processo absorveram tecnologia e viram seus profissionais treinados na Suécia. A simbiose ficou mais ampla no desenvolvimento do modelo F, com dois lugares, que foi em parte desenhado por brasileiros.

A opção pela transferência tem um custo, além dos estimados R$ 20 bilhões do contrato em valores de hoje. Como houve engasgos orçamentários ao longo do caminho, uma ameaça constante ao projetos estratégicos dos militares no Brasil, o programa atrasou.

Inicialmente, os Gripen deveriam estar todos entregues até 2023. Agora, o prazo é 2027, mas ele parece distante: há 7 dos 11 aviões previstos até aqui no país até aqui. Além disso, o primeiro dos 15 aviões a serem feitos na linha da Embraer em Gavião Peixoto (SP) só deverá voar no ano que vem.

Quando a reportagem visitou a fábrica em junho, a empresa não respondeu se o cronograma era exequível. Agora, na nova nota, se diz comprometida com ele.

Há outras questões, além da encomenda tailandesa, que de resto traz a boa notícia para o Brasil de que o Gripen ganha enfim mercado após perder concorrências importantes no âmbito da Otan (aliança militar ocidental) para o americano F-35.

A Suécia, que comprou 60 modelos de nova geração para substituir aos poucos os 96 da versão C/D que opera, pressiona para receber mais rapidamente os aviões, dado o ambiente de insegurança causado pela invasão russa da Ucrânia.

O país nórdico abandonou sua histórica neutralidade e aderiu à Otan neste ano, o que o fez rever a lista de prioridades na área de defesa.

Os militares brasileiros seguem preocupados com o ritmo do Gripen, que fará sua estreia num exercício militar em novembro. A FAB expressou isso de forma pouco sutil, lançando uma consulta sobre a eventual compra de um lote de F-16 usados.

Isso também foi visto no mercado como uma pressão sobre a Saab e o governo sueco na negociação para a aquisição de mais 14 Gripen, um negócio casado com a venda para os europeus do cargueiro da Embraer KC-390.

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