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Datafolha: Nunes se recupera e empata com Marçal entre eleitores de Bolsonaro

Prefeito atinge 39% dos que votaram no ex-presidente, contra 42% de influenciador; Boulos mantém liderança entre eleitores de Lula

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São Paulo

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) se recuperou entre os eleitores que declaram ter votado em Jair Bolsonaro (PL) na eleição de 2022 e alcançou um empate técnico, dentro da margem de erro, com o influenciador Pablo Marçal (PRTB) —39% a 42%, segundo a pesquisa Datafolha desta quinta-feira (12).

A margem de erro nesse segmento é de cinco pontos percentuais para mais ou para menos.

Há uma semana, na última rodada da pesquisa divulgada na quinta (5), Marçal tinha 48% ante 31% de Nunes.

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) - Folhapress

A pesquisa mostra Nunes com 27% das intenções de votos totais, seguido de Boulos com 25% e Marçal com 19%. Na semana passada, eles tinham 22%, 23% e 22%, respectivamente.

Na outra ponta, Guilherme Boulos (PSOL) segue líder absoluto entre quem declarou ter votado em Lula (PT) —foi de 43% na semana passada para 48% agora.

Boa parte dos eleitores do petista, porém, escolhem Nunes (19%), Tabata Amaral (PSB, 11%), além de José Luiz Datena (PSDB, 6%) e Marçal (5%). Nesse segmento, a margem de erro é de quatro pontos.

Entre quem votou no governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em 2022, o prefeito ultrapassou Marçal numericamente. Nunes marca 42% (30% na anterior) ante 36% do influenciador (45% na anterior).

O Datafolha entrevistou pessoalmente 1.204 moradores da cidade nesta terça (10) e quinta, com margem de erro geral de três pontos percentuais. A pesquisa, contratada pela Folha, foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número SP-07978/2024.

Nunes e Marçal vêm travando uma disputa entre os eleitores da direita conservadora, que identificam no autodenominado ex-coach os seus valores e bandeiras, enquanto desconfiam da lealdade do prefeito com esse campo.

Nesse cenário, Marçal havia ultrapassado Nunes entre o eleitorado bolsonarista nas últimas rodadas da pesquisa. Contribuiu para o avanço do influenciador o fato de Bolsonaro, apesar de oficialmente apoiar o prefeito, ter dado sinalizações positivas também em direção a ele com o objetivo de evitar ser atacado pelo próprio público.

Marçal, entre aqueles que dizem ter votado no ex-presidente, marcou 29% em 8 de agosto, 44% em 22 de agosto, 48% em 5 de setembro e 42% agora. Nunes, por sua vez, variou nesse público da seguinte forma, respectivamente: 38%, 30%, 31% e agora 39%.

O resultado dos candidatos entre os públicos petista e bolsonarista se explica também pela maior vinculação de Lula e Bolsonaro como padrinhos. Cresceram as parcelas do eleitorado que reconhecem Nunes como o candidato apoiado por Bolsonaro e Boulos como o concorrente recomendado por Lula.

O percentual dos que associam o ex-presidente a Nunes agora é de 44%, acima dos 35% da rodada anterior, na segunda quinzena de agosto. A parcela dos que acham que Marçal é apadrinhado por Bolsonaro se manteve em 19%. Também avançou o percentual de eleitores que ligam Tarcísio a Nunes: eles hoje são 57%, ante os 39% do mês passado.

No caso de Lula, a informação de que o presidente apoia Boulos hoje é sabida por 70% dos eleitores, um salto em comparação com os 58% da outra pesquisa.

A pesquisa mostra ainda que a rejeição de Bolsonaro (63%) e de Lula (48%) como padrinhos se manteve.

Alguns fatores podem ter contribuído para que Nunes se recuperasse entre os eleitores de Bolsonaro, como por exemplo sua participação no ato bolsonarista do 7 de Setembro —enquanto Marçal foi criticado publicamente pelo ex-presidente por ter chegado ao final e se aproveitado do evento.

Além disso, Tarcísio de Freitas intensificou sua presença na campanha de Nunes e se tornou o principal cabo eleitoral do prefeito, fazendo a ponte entre ele e Bolsonaro.

A campanha de Nunes levou o governador para a propaganda na TV —nas peças, Tarcísio diz que Nunes é conservador e que o voto em Marçal é um risco.

Como mostrou a Folha, Tarcísio, apesar dos esforços, não conseguiu marcar uma data com Bolsonaro para que o ex-presidente faça gravações e atos públicos de campanha com Nunes. Ainda assim, aliados do ex-presidente afirmam que ele tem demonstrado decepção com Marçal, o que foi captado pelo seu público.

Por outro lado, Marçal tem sido alvo de ataques dos adversários, que reagiram ao crescimento do influenciador nas pesquisas no último mês. Peças publicitárias de Boulos, Nunes e Tabata têm explorado a condenação contra o empresário em 2010 por furto qualificado, assim como reportagens que apontaram suspeitas de vínculos de membros do partido de Marçal com a facção criminosa PCC.

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