Datafolha: Marçal mantém liderança entre bolsonaristas, e Boulos domina entre petistas

Influenciador marca 50% entre admiradores de Bolsonaro, ante 28% de Nunes; psolista tem 45% entre seguidores do partido de Lula

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São Paulo

O influenciador Pablo Marçal (PRTB) manteve sua liderança entre bolsonaristas na corrida à Prefeitura de São Paulo e atingiu metade das intenções de voto nesse grupo, à frente do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Já Guilherme Boulos (PSOL) seguiu liderando com folga entre petistas.

Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta (5) mostra que, na última semana, Marçal variou positivamente de 46% para 50% entre os que se identificam como apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na semana passada, ele já havia ultrapassado Nunes nesse público, que agora oscilou de 26% para 28%.

Pablo Marçal (PRTB) recebe medalha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em junho, e Guilherme Boulos (PSOL) participa de ato de campanha ao lado do presidente Lula (PT), em agosto - Reprodução/@pablomarcal1 no Instagram e Miguel Schincariol/AFP

Boulos, por sua vez, continua concentrando os eleitores que se sentem identificados com o PT de sua vice Marta Suplicy e do presidente Lula, mantendo os 45% nesse segmento. O restante dos petistas estão divididos: 18% vão para Nunes, 9% para Tabata Amaral (PSB) e outros 9% para o apresentador José Luiz Datena (PSDB).

As variações entre os dois últimos levantamentos ficaram todas dentro das margens de erro, que são de seis pontos percentuais entre bolsonaristas e quatro entre petistas, para baixo ou para cima.

O Datafolha entrevistou pessoalmente 1.204 moradores da cidade nesta terça (3) e quarta-feira (4), com margem de erro geral de três pontos percentuais. A pesquisa, contratada pela Folha e pela TV Globo, foi registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número SP-03608/2024.

Ela indicou novo empate técnico entre Boulos (23%), Marçal (22%) e Nunes (22%) na liderança.

Considerando os grupos de eleitores que votaram em Bolsonaro e em Lula em 2022, as tendências são as mesmas. Marçal variou positivamente de 44% para 48% entre os votantes do ex-presidente —novamente acima de Nunes, que oscilou de 30% para 31%—, e Boulos marcou 43% entre os votantes do atual presidente.

O autodenominado ex-coach também confirmou sua liderança entre os paulistanos que elegeram Tarcísio de Freitas (Republicanos), apesar das tentativas recentes do governador de reforçar seu apoio ao emedebista. Marçal passou de 41% para 45% nesse segmento na última semana, enquanto Nunes variou de 28% para 30%.

Boulos, novamente, lidera entre os que na ocasião votaram em Fernando Haddad (PT), hoje ministro da Fazenda. O psolista oscilou de 47% para 46% na última semana entre esse público.

Nesta quarta (4), a campanha de Nunes divulgou um vídeo de Tarcísio pedindo votos de conservadores para sua reeleição. Ele afirmou que o prefeito defende valores como a vida e é contra ideologia de gênero, e disse que "Marçal é a porta de entrada para Boulos", se referindo às sondagens de segundo turno.

Marçal então reagiu e escalou o conflito com com o governador. Questionado sobre a fala durante sabatina Folha/UOL, ele respondeu que Tarcísio enterrará sua carreira política se continuar atacando-o. "Sua decisão de tocar no meu nome é errada porque isso vai manchar sua carreira política", afirmou.

Bolsonaro —que oficialmente apoia Nunes, mas acena a Marçal— fez uma declaração no mesmo sentido ao governador, aconselhando-o a tomar cuidado com a associação excessiva de sua imagem ao prefeito. A família do ex-presidente teve episódios de aproximação e críticas ao influenciador nas últimas semanas.

No meio de agosto, Bolsonaro chegou a elogiar Marçal em entrevista à Rádio 96 FM, de Natal, e disse que Nunes não era seu "candidato dos sonhos". Pressionado por políticos aliados, porém, ele e seus filhos passaram a criticar o autodenominado ex-coach nos dias seguintes.

Eles então se surpreenderam com a forte reação de seus eleitores nas redes sociais a favor de Marçal, e recuaram. Bolsonaro inclusive liberou a participação de Marçal no protesto marcado para o 7 de Setembro neste sábado, ao qual o influenciador ainda não confirmou se vai.

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