Pablo Marçal (PRTB) e Guilherme Boulos (PSOL), aparecem embolados em vários segmentos em cenário de segundo turno na mais recente pesquisa Datafolha de intenção de voto à Prefeitura de São Paulo.

O influenciador lidera numericamente entre homens e tem mais folga entre o eleitorado evangélico, com 24 pontos de vantagem. Este grupo tem sido amplamente refratário a candidatos e propostas mais próximas à esquerda, incluindo o presidente Lula (PT).

Já o deputado federal lidera com ampla distância entre pessoas pretas, marcando 31 pontos de diferença. Ele também lidera entre católicos e mulheres, e apenas numericamente na dianteira entre brancos e pardos.

Nos dados globais, se o segundo turno da eleição paulistana fosse hoje, 47% escolheriam o deputado do PSOL e 38% optariam pelo autodenominado ex-coach.

A pesquisa foi realizada entre a terça-feira (10) e esta quinta-feira (12) com 1.204 eleitores de São Paulo, contratada pela Folha e registrada na Justiça Eleitoral sob o número SP-07978/2024 . A margem de erro nos dados globais é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

Cada segmento possui uma margem de erro específica, o que é importante para definir se um dos pré-candidatos está na frente ou está empatado tecnicamente.

Veja o resultado da pesquisa Datafolha de intenção de voto em segundo turno à Prefeitura de São Paulo por cada segmento:

Por gênero

Marçal registrou nesta rodada 44%, e o congressista, 41%, entre os homens, com margem de erro de quatro pontos, para mais ou para menos. O empresário oscilou dois pontos para baixo em relação à pesquisa de 3 e 4 de setembro. Já Boulos permaneceu com o mesmo patamar registrado antes.

Já entre as mulheres, Boulos fica 18 pontos à frente do influenciador. Ele tem 51% e Marçal, 33%. A margem aqui também é de quatro pontos percentuais, e o deputado federal oscilou dois pontos para cima em relação à pesquisa anterior, ante a estagnação do influenciador.

Por religião

Nestes grupos, o cenário segue o da pesquisa anterior, em que Boulos fica à frente entre os católicos e Marçal, entre os evangélicos, os dois grupos pesquisados pelo Datafolha.

A diferença no primeiro eleitorado é de 14 pontos, já que o congressista marcou 49% e empresário registrou 35%, mantendo-se estagnado. Entre os católicos, a margem de erro é de cinco pontos para mais ou para menos.

Entre os evangélicos, o autodenominado ex-coach oscilou quatro pontos para cima e chegou a 55% agora, ante 51% anteriormente. É uma vantagem de 24 pontos, já que Boulos marcou 31% nessa rodada, ante 34% na semana passada. A margem é de seis pontos percentuais, para mais ou para menos.

Os resultados consolidam o forte distanciamento entre o eleitorado evangélico e a esquerda, em uma tendência vista inclusive nas últimas eleições presidenciais.

Por critério étnico-racial

No quesito racial, o autodenominado ex-coach empata tecnicamente com o psolista entre as pessoas brancas, tendo 43% contra 40% de Boulos. Na semana passada os números eram mais próximos: 42% a 41% para o psolista. A margem de erro para o grupo é de quatro pontos para mais ou para menos.

Entre os que se autodeclaram pardos, Boulos tem 45%, contra 40% de Marçal, em uma margem de erro de cinco pontos. Ambos estão em empate técnico neste segmento, mas na semana passada os percentuais eram mais próximos, sendo 44% para o deputado e 41% do candidato do PRTB.

Os eleitores pretos afirmaram majoritariamente escolher o psolista em segundo turno contra o autodenominado ex-coach. São 58% que escolhem Boulos até agora, contra 27% que optam por Marçal, em vantagem de 31 pontos para o congressista. A margem aqui é de sete pontos percentuais.

Por renda

Se na semana passada Marçal e Boulos estavam tecnicamente empatados dentro do limite da margem de erro, nesta o deputado oscilou para cima e o empresário, para baixo, o que os distanciou.

Entre os mais pobres, Boulos foi a 48%, ante 46%, e Marçal saiu de 38% para 35% das intenções de voto. Antes, estavam tecnicamente empatados no limite da margem de erro, de cinco pontos percentuais, mas agora a distância é de 13 pontos, com vantagem para o congressista.

Na faixa de renda intermediária, Marçal oscilou para cima e Boulos, para baixo. O empate técnico, antes de 45% a 39% em favor do psolista, chegou agora a 43% contra 41% do empresário. A margem de erro nesse grupo é de quatro pontos percentuais.

Na faixa de renda mais alta, Boulos lidera por 51% a 38%, 13 pontos de vantagem. Antes, ambos estavam tecnicamente empatados e a diferença era de apenas três pontos com margem de erro de seis, para mais ou para menos.