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Campanha de Datena vai à Justiça contra doações eleitorais suspeitas para Marçal

Equipe de candidato do PSDB questiona evidências de irregularidades após Folha apontar beneficiária de moradia social no topo de envio de recursos para influenciador

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São Paulo

A campanha do apresentador José Luiz Datena (PSDB) entrou, nesta quarta-feira (11), com ação na Justiça Eleitoral de São Paulo contra doações feitas a Pablo Marçal (PRTB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

O pedido de investigação está relacionado a suspeitas sobre a origem dos recursos utilizados pelos apoiadores do influenciador em doações destinadas à campanha dele.

Conforme revelado pela Folha, uma das maiores doadoras da campanha de Marçal, identificada como Danecleide Claudia da Silva, constava na lista de pessoas que receberam auxílio-aluguel até março de 2022, quando foi selecionada como beneficiária de um conjunto habitacional.

Na atual campanha eleitoral, segundo consta no registro, ela fez um Pix de R$ 25 mil no último dia 27.

Candidato a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB) durante caminhada na favela do Jaguaré, na zona oeste da cidade - Bruno Santos - 25.ago.24/Folhapress

As doações dela e de outros apoiadores de Marçal, também no valor de R$ 25 mil, apareciam entre as mais vultosas na página do candidato na Justiça Eleitoral (depois de contribuições como a do bilionário Helio Seibel e do empresário Helvio Paulo Ferro Filho, que doaram R$ 100 mil cada).

As cifras chamam atenção num contexto em que o influenciador já foi alvo de uma operação da Polícia Federal, em julho do ano passado, sob suspeita de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e apropriação indébita nas eleições de 2022, quando foi pré-candidato à Presidência da República e candidato a deputado federal, mas acabou tendo o registro indeferido pela Justiça Eleitoral.

Nota da campanha de Datena afirma que "a partir de dados oficiais do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, a ação lista evidências de irregularidades em pelo menos cinco diferentes doações feitas à campanha de Marçal e, com base nelas, pede a cassação do registro da candidatura do candidato e sua inelegibilidade".

Os advogados de Datena afirmam ainda na ação que o perfil de doadores de Marçal registrados mistura pessoas com hipossuficiência financeira e outras com perfil patrimonial duvidoso.

Segundo a apuração da PF, Marçal e um sócio dele fizeram doações à campanha do influenciador e parte desses valores foi remetida às próprias empresas das quais são sócios por meio do aluguel de veículos e aeronaves.

Marçal afirma que não praticou ilícito e que a campanha não foi paga com dinheiro público, mas com doações e recursos próprios. Em relação às doações de 2024, a campanha do candidato foi procurada, mas não se manifestou.

Nesta eleição de 2024, Marçal já havia recebido até o começo do mês R$ 1,28 milhão em doações de pessoas físicas. O valor doado por Danecleide é o quarto maior recebido pelo influenciador. A lei eleitoral determina que doações de pessoas físicas não podem ultrapassar 10% dos rendimentos brutos do doador no ano anterior à eleição.

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