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Descrição de chapéu Voluntariado na Educação

Instituto Ramacrisna prepara jovens para o mercado de trabalho em MG

Organização desenvolve projetos de aprendizagem e atividades de esporte e lazer

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Belo Horizonte

Há mais de 40 anos, a rotina de Solange Bottaro, 71, é a mesma. Moradora de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, ela vai todos os dias ao Instituto Ramacrisna, onde começou como arrecadadora de doações e hoje é vice-presidente.

Após alguns meses, Solange foi convidada a conhecer a sede do instituto e as crianças participantes. "Foi quando resolvi morar aqui", conta ela, que é vizinha da área onde funcionam refeitório, quadras de esporte, laboratórios de robótica e audiovisual, biblioteca e salas de música.

Alunos integrantes da orquestra do Ramacrisna, em Betim - Alexandre Rezende/Folhapress

Em 2020, durante a pandemia, o Ramacrisna atendeu cerca de 16.800 pessoas, incluindo adultos em situação de vulnerabilidade social. Em 2019, haviam sido 39 mil.

O trabalho voluntário levou Solange a fazer faculdade de administração. "Achei que precisava conhecer melhor essa área para acompanhar os funcionários", diz ela, que também trabalhou como palestrante e professora de gestão até se aposentar, em 2010.

O Ramacrisna está presente em 11 cidades da área metropolitana e oferece atividades para diversas faixas etárias.

Crianças a partir de seis anos frequentam o Centro de Apoio Educacional, que atua de forma complementar às aulas regulares das escolas públicas. Um dos focos é a inclusão digital, sobretudo de meninas, mas também há oficinas de balé, judô, futebol, vôlei, xadrez e música.

Professor de violão e viola caipira há oito anos, José Antônio Nepomuceno, 62, foi contratado em 2013 em projeto de um ano, apoiado pela Secretaria de Cultura de Betim. Ao fim da parceria, continuou como voluntário.

O professor conta que, de cada grupo de dez alunos, quatro ou cinco "já chegam prontos": têm aptidão e aprendem com facilidade. Vários continuaram estudando música e se juntaram à orquestra do Ramacrisna, que tem 60 músicos de 12 a 24 anos.

Jovens maiores de 14 anos podem entrar para o programa de aprendiz em empresas parceiras, que envolve parte dos 45 voluntários.

O principal objetivo da ONG, afirma Solange, é aumentar a independência das famílias. "Se você prepara a criança e depois o jovem para se tornar um aprendiz e ele arranja uma colocação [no mercado de trabalho], você melhora as condições de vida da família." ​

Solange conta que a mãe de uma aluna do programa de aprendizagem lhe contou, chorando, que a filha era a primeira pessoa da família a trabalhar com carteira assinada.

Para jovens com mais de 16 anos, o instituto oferece cursos profissionalizantes de mecânica de automóveis, robótica e soldagem, entre outros.

Valério Regino Costa, 52, é professor voluntário de segurança do trabalho no curso de elétrica residencial desde sua criação, em 2007. Antes de se aposentar na Cemig, neste ano, ele conciliava o trabalho com as aulas noturnas. Em 14 anos, calcula ter ensinado mais de 450 jovens e adultos.

Além do trabalho voluntário, a ONG conta com a receita da sua própria fábrica de telas para manter as portas abertas –cerca de 40% dos seus recursos vêm do lucro da fábrica. O Ramacrisna também mantém parcerias com o poder público e tem patrocínio de empresas como Petrobras e Itaú.

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