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Descrição de chapéu Escola do Futuro - 2ª Edição

Formação socioemocional ajuda jovem a planejar futuro

Voltado ao vestibular, ensino deve contemplar habilidades como empatia

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São Paulo

Na formação de crianças e adolescentes, a escola e os familiares precisam não só atentar para os conteúdos do vestibular, mas também estimular o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como autoconhecimento, autonomia e empatia.

É o que afirmam os especialistas que participaram do segundo painel do seminário Escola do Futuro, realizado na quinta-feira (28) pela Folha com patrocínio da Conquista, empresa de soluções em educação e gestão escolar. O evento foi mediado por Paulo Saldaña, fundador e diretor da Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação) e repórter do jornal.

A questão socioemocional faz parte do desenvolvimento pleno dos estudantes, diz Mozart Neves Ramos, ex-secretário de Educação de Pernambuco. Ainda assim, a área fica em segundo plano, já que o ensino prioriza o aprendizado para aprovação em exames para universidades.

Seminário sobre educação financeira e habilidades socioemocionais, mediado por Paulo Saldaña, fundador e diretor da Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação) e repórter da Folha - Keiny Andrade/Folhapress

"No ensino médio, o aluno é muito preparado para passar pelo Enem e vestibulares, mas a gente não dá mecanismos emocionais suficientes para que ele, depois de passar por essa porta, saiba lidar com situações como a convivência com o colega de apartamento, se ele teve que mudar de cidade para fazer a faculdade", diz Anderson Leal, consultor pedagógico da Conquista.

Se promovida, a formação socioemocional contribui para que jovens planejem o futuro e se reconheçam capazes de alcançar seus propósitos. Para que isso realmente ocorra, as competências não podem apenas ser transmitidas como uma teoria —é preciso integrá-las em todas as disciplinas e fazer com que sejam experienciadas em sala de aula, acrescenta Leal.

Assim, em um modelo integrado, o ensino de genética a uma turma de ensino médio, por exemplo, traria conceitos sobre cromossomos, mas também levaria os jovens a pensarem em projetos inclusivos que pudessem contribuir com pessoas com síndrome de Down.


Assista ao seminário Escola do Futuro:


"A autonomia do aluno é fundamental não só na execução, mas no planejamento e nos processos. Se a gente enxerga o estudante só como quem vai receber um conteúdo, fica algo mecanizado e ele não se sente pertencente", diz Janine Rodrigues, educadora e fundadora da Piraporiando, startup de educação inclusiva com enfoque em diversidade.

Na avaliação de Mozart Ramos, a implementação da educação socioemocional precisa se tornar uma política pública, com coordenação nacional e com capacitação dos profissionais da graduação à formação continuada.

"Não basta ter currículo se não tiver professores preparados para essa nova concepção de educação. O cenário é disruptivo, com problemas mais complexos do que tínhamos no passado, por isso exige novas competências. Precisamos preparar professores e gestores escolares."

A formação socioemocional não depende exclusivamente dos docentes. Pais ou responsáveis devem estar próximos da escola para entenderem a importância desta área e aprenderem a valorizar o desempenho em habilidades que vão além das notas do boletim.

"Temos que mudar da era do apontamento de falhas para a era do elogio e da celebração dos acertos. [Precisamos] observar pequenos comportamentos dos alunos em sala de aula, como altruísmo, solidariedade e generosidade, e aplaudi-los", afirma o psiquiatra e psicoterapeuta Augusto Cury, um dos idealizadores da Escola de Inteligência, programa de educação socioemocional.

Para Cury, que também é escritor e professor de programas de mestrado e doutorado na USP, a defasagem de habilidades socioemocionais se estende para os estudantes de pós-graduação quando não há oportunidade de desenvolver estes aspectos mesmo quando existe uma vida acadêmica mais extensa.

A autonomia do aluno é fundamental não só na execução, mas no planejamento e nos processos. Se a gente enxerga o estudante só como quem vai receber um conteúdo, fica algo mecanizado e ele não se sente pertencente

Janine Rodrigues

fundadora da Piraporiando

"A família tem que propiciar momentos em que os filhos possam conversar, dizer o que aprenderam na escola e falar das emoções que sentiram. A presença é fundamental dentro da educação, não só na socioemocional, mas na educação integral dos alunos, para que eles sejam pessoas mais autônomas e confiantes", diz Leal, da Conquista. O vídeo com as duas mesas do seminário Escola do Futuro está disponível no site da Folha.

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