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Inteligência artificial - UFG tecnologia

A privacidade de dados e os impactos no consumo dos produtos e serviços

Até que ponto estamos preparados para renunciar à privacidade em troca de um desconto?

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Anderson da Silva Soares

Professor e coordenador do CEIA (Centro de Excelência em Inteligência Artificial) da UFG (Universidade Federal de Goiás)

Há dois anos, durante uma viagem, bati o pneu num buraco, parei o carro, comentei com o passageiro sobre o dano causado e precisei trocá-lo. Duas horas após conectar ao celular e até antes mesmo de realizar a primeira consulta sobre vendas de pneus, fui surpreendido por propagandas relacionadas ao que procurava. Elas ofertavam a exata configuração do pneu do veículo.

A primeira reação foi de preocupação. Como, em tão pouco tempo, aconteceu uma hiperpersonalização de ofertas para a minha necessidade? Mais do que isso, eu não pesquisei nada em lugar nenhum. Será que o celular ouviu uma fala e transformou em informação? De fato, uma das ofertas era a melhor opção para substituição do pneu do meu veículo e acabei comprando de forma online.

Em pouco tempo de existência, a era digital gerou mais dados de consumo do que a era analógica. Existem dados de todas as formas e para quase todos os objetivos. Não precisa ser entusiasta de eletrônicos para que as informações sejam utilizadas ao seu redor. O mundo digital é um prato cheio para soluções computacionais inteligentes, popularmente conhecidas como algoritmos de Inteligência Artificial. Os dados pessoais são informações importantes e indispensáveis para a IA.

O direito à privacidade de dados pessoais ganhou força por meio da Lei Geral de Proteção de Dados. Estamos dispostos a ignorar nossa privacidade e ceder nossos dados? Queremos deixar visíveis os desejos e necessidades pessoais? Fato é que obtemos vantagens sob a ótica econômica devido ao elo de dados computacionais favoráveis ao mercado e consumo. Por isso, debatemos o tema. Discutir outros pontos contrários é reviver o período das propagandas não assertivas e inconvenientes. Já imaginou receber várias ofertas de pneus sem sequer ter um automóvel?

O equilíbrio entre a privacidade e o uso de dados envolvidos nas relações de consumo precisa ser encontrado no processo entre empreendedor e cliente. Poucos são aqueles que se importam com o consumo. As variáveis utilizadas, geralmente, são custos e qualidades. Se o produto ou serviço teve contato com a inovação e adquiriu ou não noções pessoais, concluo que são formas que integraram a base do processo decisório em massa.

É importante lembrar da Revolução Industrial Tecnológica. Basta ir ao supermercado comprar arroz, produto com que quase ninguém se preocupa com o processo de cultivo, que envolve enxadas, tração animal ou mecânica. É necessário refletir sobre o custo e a qualidade oferecida na decisão final.

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