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Inteligência artificial - UFG tecnologia

O mercado de capitais e o impulso da transformação digital dos negócios

Aplicação de novas tecnologias baseadas em inteligência artificial tem transformado negócios

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Thyago Carvalho Marques

Pesquisador do Centro de Excelência em Inteligência Artificial da UFG (Universidade Federal de Goiás)

O avanço e o aumento da disponibilidade de tecnologias para a sociedade em geral, que vai desde aplicativos inteligentes até soluções capazes de detectar, com alta precisão e antecedência, doenças graves, são perceptíveis nos últimos anos.

Normalmente, o crescimento tem como objetivo ampliar e melhorar a qualidade de vida das pessoas e melhorar os processos e a produtividade das empresas e instituições.

No mercado de capitais não é diferente. A automação, a mineração de dados e a inteligência artificial têm transformado o setor de serviços financeiros. Esses elementos são capazes de impulsionar a forma de como os investimentos realizados influenciam não só nos processos de tomadas de decisões, mas também áreas de análise de dados e estratégias de investimentos.

Leitura biométrica
Leitura biométrica - Konstantin Postumitenko/Adobe Stock

Tem sido cada dia mais comum instituições financeiras desenvolverem e apresentarem inovações tecnológicas com intuito de ampliar a experiência do cliente dentro da diversidade de produtos financeiros existentes, apoiando-o na construção de suas metas e objetivos.

Para se ter uma ideia dessas transformações, nos últimos anos houve um aumento muito significativo no número de contas de investidores pessoa física na B3, a Bolsa de Valores brasileira. Em 2017 tinha-se um pouco mais de 500 mil contas. E no primeiro semestre de 2021 esse número já é cerca de 3,8 milhões, e com um volume financeiro superior a R$ 500 bilhões.

O mesmo aconteceu com o 
número de negócios realizados no mercado, principalmente em relação aos contra
tos de mini-índice e mini-dólar, 
passando de cerca 150 milhões 
para mais de 600 milhões, nes
se mesmo período. Isso implica, em média, mais de 3.200 contratos negociados por pes
soa física, e com um volume médio diário negociado de R$ 14 bilhões —um aumento de 25% quando considerado o primeiro semestre de 2020. É difícil imaginar que esse aumento substancial da quantidade de negócios foi realizado de forma convencional. Certamente é devido ao uso crescente de robôs de investimentos, principalmente o dos robôs HFT (High-Frequency Trading), por parte dos investidores.

Os HFT podem realizar muitas operações dentro de um mesmo dia. Logo, esse crescimento é devido à alta capacidade que esses robôs inteligentes possuem em avaliar grandes volumes de dados, com o objetivo de identificar melhores oportunidades de negócio no mercado.

Assim como as análises inteligentes, diversas são as aplicações no mercado financeiro, aplicadas mais ativamente por bancos e seguradoras que buscam desenvolver trabalhos inovadores e personalizados para os clientes, tais como automatização de operações (como pagamentos), modelagem de riscos, previsões e detecção de fraudes.

Além disso, um dos principais motivadores da adoção de técnicas de inteligência artificial no setor financeiro é a economia de custos gerada, com expectativas de redução de mais de 20%.

Portanto, é fato que a aplicação de novas tecnologias baseadas em inteligência artificial já é uma realidade para algumas empresas e instituições, e que, sem dúvida alguma, tem transformado e impulsionado a forma de realização de seus negócios. Cada dia que passa, havendo mais dados, melhores serão as previsões e mais rápidos, baratos e acessíveis serão os processos, beneficiando a sociedade.

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