Descrição de chapéu banco digital

Visa compra startup de pagamentos brasileira Pismo por R$ 4,9 bilhões

Negócio é aquisição mais cara de startup brasileira já anunciada, diz plataforma de inteligência

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São Paulo

A Visa anunciou a compra da fintech brasileira Pismo por US$ 1 bilhão (R$ 4,86 bilhões na cotação atual) nesta quarta-feira (28). A startup oferece serviços de processamento em nuvem e serviços bancários na América Latina, Ásia, no Pacífico e na Europa. A transação foi feita em dinheiro.

A negociação entre Pismo e Visa empata com a compra da 99 pela Didi Chuxing em janeiro de 2018 como o maior valor envolvido na aquisição de uma startup brasileira, segundo a Sling Hub, plataforma de dados sobre startups no Brasil e na América Latina. A Didi não divulgou o valor pago pela 99, avaliada à época em cerca de US$ 1 bilhão (US$ 1,2 bilhão, corrigido pela inflação), como mostrou a Folha.

Entre os clientes da Pismo estão os brasileiros Itaú, BTG Pactual e o banco norte-americano Citi. A Pismo tem uma carteira com 82 milhões de contas, emite 40 milhões de cartões e processa US$ 208 bilhões (R$ 1 trilhão) em transações ao ano.

A Visa disputava a startup com Mastercard o negócio sob gestão do Goldman Sachs. O portfólio da empresa aceleraria a operação de quaisquer gigantes do setor, de acordo com afirmação do sócio da Accel Ethan Choi ao Tech Crunch.

Cartões de crédito e débito da Visa, a maior empresa de serviços financeiros do mundo. À esquerda, está um cartão preto. À direita, um cartão azul.
Cartões de crédito e débito da Visa, a maior empresa de serviços financeiros do mundo - Benoit Tessier/Reuters

A Pismo agiliza o lançamento de pagamentos e produtos digitais a partir de uma plataforma de microserviços na nuvem montados como um lego —os clientes usam apenas o que precisam. Isso é feito de maneira independente de origem geográfica e moeda usada na operação, de acordo com o chefe-executivo da fintech, Ricardo Josua, no comunicado da aquisição.

Plataformas de serviços financeiros tradicionais, como a Visa, misturam softwares de processamento local com computação em nuvem. Os pacotes de serviços também têm menos flexibilidade.

A plataforma da fintech permitirá que a Visa ofereça suporte em novos meios pagamentos. A Visa também planeja usar o portfólio da Pismo para emitir cartões de débito, crédito e pré-pago e fazer processamentos bancários na nuvem.

A Pismo vem de rápido crescimento desde uma rodada de investimento em 2021 de US$ 108 milhões, com dinheiro da gigante do ecommerce Amazon, e os fundos de risco SoftBank e Accel.

No fim de 2020, a Pismo atendia a 10 milhões de contas que movimentavam menos de US$ 1 bilhão. A fintech passou a ter escritório na avenida Faria Lima no fim de 2022.

A Visa agora aguarda aprovação dos órgãos reguladores para concluir a transação.

A maior processadora de pagamentos do mundo começa nesta quinta a primeira aquisição bilionária desde 2021, quando a empresa assinou acordo para comprar a Tink, plataforma europeia de open banking. Este negócio foi selado por US$ 2,2 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões). No mesmo ano, a multinacional abocanhou a empresa de operações transfronteiriças Currencycloud por US$ 963 milhões (R$ 4,8 bilhões).

A Mastercard também atua para modernizar seus serviços com a aquisição de fintechs e investiu mais de US$ 5 bilhões desde 2014 em seu programa de aceleração de startups.

Em 2020, as duas multinacionais haviam disputado a aquisição da plataforma de pagamentos digitais Plaid. A Visa levou a melhor com uma oferta de US$ 5,3 bilhões (R$ 25,7 bilhões). O Departamento de Justiça dos EUA, todavia, bloqueou o negócio em resposta a uma ação antitruste.

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