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Daniel Munduruku lê trecho do livro 'A Queda do Céu'

Escritor compôs conselho curador do 200 anos, 200 livros, projeto que recomendou o livro como um dos principais para entender o Brasil

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Belo Horizonte

O escritor indígena Daniel Munduruku, reconhecido por sua produção no ramo da literatura infantojuvenil, concorda com Davi Kopenawa quando o líder indígena e xamã yanomami disserta sobre o risco de desabamento do mundo.

"Por conta da narrativa hegemônica que vem prevalecendo no nosso planeta, que é uma narrativa economicista, da propriedade privada, da meritocracia, da posse e da produção, os alicerces do céu estão sendo abalados", diz Munduruku.

O escritor está entre os 169 intelectuais que foram convidados a indicar obras para o projeto 200 anos, 200 livros, iniciativa da Folha, da Associação Portugal Brasil 200 anos e do Projeto República (núcleo de pesquisa da Universidade Federal de Minas - UFMG) que reuniu 200 importantes livros para entender o país.

Abaixo, ele lê um trecho da obra escrita por Davi Kopenawa e pelo etnólogo Bruce Albert. Trata-se da passagem em que o xamã narra os primórdios e o fim do mundo a partir da cosmogonia yanomami.

"Um livro como ‘A Queda do Céu’ traz a sabedoria que sempre esteve no mundo, mas nunca foi ouvida", diz Munduruku. "Ou, quando foi ouvida, foi transformada em negócio —aí acaba virando apenas autoajuda, que só alimenta o próprio egoísmo das pessoas."

A obra, lançada em 2015, é um misto de autobiografia, testemunho e manifesto contra as violências cometidas contra os povos originários. Na lista dos 200 livros, ela empata na segunda posição com "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa.

"Essa mensagem [de preservação] está muito presente na fala de todos os indígenas que estão lutando para manter o céu suspenso", avalia Munduruku. "Os povos indígenas brasileiros e de outras partes do mundo formam uma espécie de fronteira moral, uma barreira que acaba mostrando que um outro modo de vida é possível."

Série de vídeos

Esse é o terceiro vídeo de uma série produzida pela TV Folha, em que curadores do projeto 200 anos, 200 livros leem trechos das principais obras indicadas.

Nas últimas semanas, foram publicadas leituras de "Quarto de Despejo", de Carolina Maria de Jesus, e de "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa. A série termina na próxima quarta (6), com uma leitura de "Raízes do Brasil", de Sérgio Buarque de Holanda.

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