A alta do dólar e o tumulto no Congresso em torno de algumas medidas econômicas põem Lula e Fernando Haddad diante de um momento de "renovação de votos". O cenário –contaminado também por incertezas no mercado internacional– deve exigir que o presidente dê novos sinais de alinhamento com as políticas defendidas pelo ministro da Fazenda.
Haddad é o fiador do governo na economia, em especial no controle da curva de despesas. Esse papel, no entanto, acumulou algum desgaste desde o início do mandato devido a pressões em sentido contrário dentro da equipe de Lula e dúvidas em relação ao compromisso do presidente com essa pauta.
Agora, aliados de Lula e de Haddad defendem que o presidente faça gestos que reforcem o apoio à agenda do ministro. Isso incluiria, por exemplo, a discussão sobre um ajuste na regra que determina o aumento das despesas com saúde e educação.
Trata-se de um tema que enfrenta resistências dentro do Palácio do Planalto, mas alguns auxiliares acreditam que Lula pode topar se sentar para debater o assunto se for convencido de que o governo precisa tomar atitudes para evitar uma crise que pese sobre a inflação. Este, aliás, é um risco que o presidente não quer correr de maneira alguma.
Veja vídeo da análise de Bruno Boghossian.
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