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Ciclocosmo - Caio Guatelli
Caio Guatelli
Descrição de chapéu trânsito

Congestionamento em ciclovia vira rotina em São Paulo

Prefeitura alerta para o uso irregular de scooters elétricas no sistema cicloviário

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Quem escolhe a ciclovia da avenida Brigadeiro Faria Lima para evitar a lentidão e o stress do trânsito de São Paulo tem se desapontado. O evidente aumento no volume de ciclistas vem causando verdadeiros engarrafamentos cicloviários, principalmente entre as 8h e as 9h dos dias de semana.

Por toda a extensão da avenida —que tem 4,5 km e conecta os bairros Pinheiros (zona oeste) e Vila Olímpia (zona sul)— é possível encontrar longas filas de ciclistas parados e com os pés no chão, esperando o trânsito de bicicletas, scooters elétricas e patinetes elétricos se movimentar pela pista cicloviária.

Congestionamento de bicicletas às 8h30 da manhã de quinta-feira (14) chegou a parar 32 ciclistas por 80 metros da ciclovia, na esquina da rua Tucumã, em Pinheiros - Caio Guatelli

Os piores trechos se concentram na região dos grandes arranha-céus, entre as avenidas Rebouças e Juscelino Kubitschek. Na manhã de quinta-feira (14), o Ciclocosmo observou engarrafamentos que chegavam a paralisar mais de 30 ciclistas, em filas que se estendiam por cerca de 100 metros.

Para quem circula pela região, os congestionamentos na ciclovia não são novidade, mas pioraram nos últimos meses. "O povo deixa de andar de carro para se estressar de bicicleta", disse a coordenadora de eventos Stella Guatelli, que costuma utilizar uma scooter elétrica para ir ao trabalho pela ciclovia.

Equipadas com motores de 4 mil watts e aceleradores de manopla, as scooters elétricas são proibidas na estrutura cicloviária da capital paulista, segundo esclarecimento dado pela prefeitura à Folha.

No início do ano passado, o crescimento da frota desse tipo de veículo fez a PM realizar mais de cem apreensões na capital paulista, mas a interrupção das blitzes e a confusão de informações sobre o tema têm reacendido a febre das scooters nas ciclovias de São Paulo. Parte dos usuários reclama: "tem que voltar a fiscalização. Essas motos não cabem na ciclovia", disse um ciclista ao notar a presença da reportagem.

De acordo com nota emitida pela Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito, apenas bicicletas elétricas cujo motor auxiliar tenha até 350 watts, acionado unicamente pelos pedais, podem circular no sistema cicloviário da cidade. "Os demais veículos e ciclomotores não podem circular por estruturas cicloviárias, sendo a infração gravíssima, com multa de R$ 293,47 e 7 pontos na CNH do condutor", esclarece o comunicado.

Além do excesso de veículos, a ciclovia da Faria Lima sofre também com desníveis e fendas no piso, e com o comportamento errático de alguns ciclistas.

"Me sinto muito mais seguro pedalando na ciclovia do que na rua, mas nessa aqui está uma bagunça. Muitos ciclistas não respeitam o sinal vermelho, ultrapassam por onde não pode e toda hora tem acidente", reclamou o engenheiro Fabio Bobrov.

O entregador Lucas Marques é morador de Paraisópolis (zona sul) e vai diariamente para a região da Faria Lima fazer entregas: "Tem muita gente sim, mas pelo menos aqui tem ciclovia. Nos outros lugares as ciclovias foram apagadas e a gente tem que pedalar no meio dos carros".

Por nota, a Prefeitura de São Paulo esclareceu que a ciclovia da Faria Lima poderá entrar no cronograma do "Programa de Manutenção Permanente da Malha Cicloviária", que tem o objetivo de "prolongar a vida útil das estruturas da rede existente, garantindo a regularidade das características técnicas, estruturais e da sinalização, proporcionando conforto e segurança a quem pedala".

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