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Salvador Nogueira

Artemis 1 realiza voo rasante sobre a Lua nesta segunda (21)

Missão lançada na última quarta-feira (16) é teste para envio de astronautas

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O próximo grande marco da missão americana Artemis 1 acontece nesta segunda-feira (21), quando, após cinco dias de viagem, o módulo de serviço da cápsula Orion deve disparar seu propulsor principal para fazer um voo rasante pela Lua.

O acendimento acontecerá às 9h44 (de Brasília), numa queima que deve durar pouco mais de dois minutos e consumir 20% do propelente disponível. A manobra aumentará a velocidade da espaçonave conforme ela passa a cerca de 130 km da superfície lunar.

Pequenos ajustes de trajetória foram feitos ao longo da viagem até a Lua, mas esta será a primeira grande manobra propulsada feita com o módulo de serviço, contribuição da ESA (Agência Espacial Europeia) à missão.

Imagem de uma das câmeras da cápsula Orion mostra a Terra ao fundo, durante a jornada até a Lua da missão Artemis 1
Imagem de uma das câmeras da cápsula Orion mostra a Terra ao fundo, durante a jornada até a Lua da missão Artemis 1 - Nasa

A aproximação máxima se dará às 9h57, e o detalhe sórdido: tudo vai se passar quando Orion estiver transitando atrás da Lua, do ponto de vista da Terra. Ou seja, sem comunicação direta com o controle da missão em Houston. Todo o procedimento vai se dar de forma automática.

Após o lançamento, realizado com sucesso na última quarta (16), a Nasa tem feito testes dos sistemas da cápsula. Houve alguns problemas menores, notavelmente com os rastreadores estelares. São equipamentos dotados de câmeras que usam a posição das estrelas para guiar a orientação do veículo no espaço.

Um grupo de análise foi montado e confirmou que estava tudo bem com eles. As anomalias eram fruto de o computador ser ocasionalmente confundido por plumas de exaustão dos propulsores auxiliares; nas imagens, elas dificultavam a identificação das estrelas. Nada que preocupasse.

Tudo dando certo com o sobrevoo propulsado da Lua, a próxima grande etapa será mais uma queima, na sexta-feira (25), para inserir a espaçonave em uma órbita retrógrada distante da Lua, a cerca de 64 mil km da superfície. Ao longo da semana seguinte, a Orion deve pulverizar o recorde de espaçonave voltada para exploração humana a viajar para mais longe da Terra, excedendo os 450 mil km de distância. A atual recordista é a Apollo 13, que chegou a 401 mil km.

Desta vez, claro, a cápsula viaja sem tripulação, e o teste permite que a Nasa a leve a limites extremos. A bordo do módulo de comando, estão apenas manequins com sensores de radiação e um ilustre convidado: um boneco do cãozinho Snoopy, personagem associado com a exploração lunar desde os tempos das missões Apollo, em meados do século passado.

Se tudo correr bem (o que ainda incluirá uma eletrizante reentrada na atmosfera terrestre em velocidade recorde), o plano da agência espacial americana é conduzir em 2024 a missão Artemis 2 com quatro tripulantes, na primeira viagem de astronautas à Lua desde a Apollo 17, exatos 50 anos atrás (dezembro de 1972). Contudo, o perfil de voo da missão será mais conservador: a cápsula fará apenas um contorno da Lua e retornará à Terra na sequência, sem chegar a se estabelecer em órbita lunar. Em contraste com os 26 dias da Artemis 1, ela vai durar apenas 10.

Esta coluna é publicada às segundas-feiras, na Folha Corrida.

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