Na Corrida

Pé na estrada, mesmo quando não há estrada

Na Corrida - Rodrigo Flores
Rodrigo Flores
Descrição de chapéu atletismo

Pode comer goiabinha e salame durante a corrida? Deve!

Alimentação alternativa requer cuidados, mas é eficientes para repor energias

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Rodrigo Flores
São Paulo

Gel de carboidrato e cafeína, isotônicos, suplementos hiperproteicos. Produtos antes voltados para atletas de alta performance estão mais acessíveis também para amadores. E isso é ótimo. Nutrição adequada é fundamental para quem busca melhorar seu desempenho sem prejudicar a saúde.

Ao mesmo tempo em que cresceu a oferta de produtos mais sofisticados, surgiu entre alguns corredores um movimento de, digamos, resistência. Esse "corredor raiz'' prefere suprir suas necessidades nutricionais durante os treinos longos com alimentos que, além de energia, deem conforto e prazer.

E vale tudo? Olha, vale quase tudo. Bananinha, paçoquita, pé-de-moleque, bisnaguinha com Nutella, goiabinha e rapadura aparecem como queridinhos pelos corredores que recorrem a essa suplementação mais alternativa. Mas há quem vá além e recorra ao salame fatiado – caso do influenciador Sérgio Rocha, do canal Corrida no Ar.

Conversei com Flora Morales, nutricionista esportiva da clínica Care Club e especializada no trato intestinal. Ela explica que esses alimentos, embora não sejam os mais saudáveis em condições normais, suprem as necessidades de carboidrato e repõem os estoques de glicogênio durante a atividade física.

"O carboidrato dá energia. É o combustível do atleta. Negligenciar a reposição de glicogênio durante a corrida leva muitos atletas a ‘quebrar’, ou seja, a atingir a exaustão e abandonar a prova".

Morales explica que, independentemente do alimento, é importante seguir duas regras. A ingestão de qualquer alimento durante a corrida deve acontecer junto com a hidratação. E a alimentação deve acontecer em intervalos que variam de 40 minutos a uma hora – o número de vezes depende da distância a ser percorrida.

Banana ou salame? Ambos funcionam para repor a energia durante a corrida - Fotomontagem

Onde fica o banheiro?

A corrida naturalmente estimula o funcionamento intestinal – seja pela maior circulação de sangue, seja pelo impacto contínuo do corpo provocado pelas passadas. É comum ver fila nos banheiros químicos das provas: atletas que esperam sua vez para fazer o número 2.

E comer bananinha aumenta a chance de um imprevisto intestinal? Depende. "O mais importante é o atleta comer algo que já esteja acostumado", explica a nutricionista. Ela explica que cada tipo de carboidrato tem seu próprio receptor no trato digestivo. O consumo de alimentos pela primeira vez aumenta a chance de reação intestinal adversa.

Antes e depois

Morales também reforça a importância da alimentação adequada antes e depois de uma corrida ou treino longo. A ingestão de carboidratos deve aumentar 48 horas antes da corrida, com ênfase na véspera da prova. "Não precisa comer demais no dia da prova. O corpo consegue estocar carboidrato antes disso", afirma.

Ela lembra que, como regra geral, o ideal é evitar fibras e produtos lácteos antes da corrida. "Pão de forma e frutas são recomendações seguras para o dia da corrida".

Após a prova, é fundamental iniciar a recuperação muscular. Além do carboidrato, surge a necessidade de reforçar a reposição de proteínas. "Até uma hora depois da atividade, sugiro a ingestão de proteína líquida, para facilitar a absorção. Depois disso, capriche nas fontes de proteína sólida na refeição".

E você? Costuma ingerir algum alimento "alternativo" durante seus treinos e corridas? Conte nos comentários ou escreva para blognacorrida@gmail.com

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.