Na Corrida

Pé na estrada, mesmo quando não há estrada

Na Corrida - Rodrigo Flores
Rodrigo Flores
Descrição de chapéu atletismo

Estudo mostra efeito da falta de treinos no desempenho de atletas em maratona

Levantamento indica que tempo de chegada cresce até 8% para quem perde uma semana de preparação

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Rodrigo Flores
São Paulo (SP)

Corredores costumam ser obcecados com dados. Registramos tempo, velocidade média, número de passos por minuto, altimetria do percurso, batimentos cardíacos máximos e médios. Isso é possível graças aos pequenos computadores que usamos nos nossos pulsos e que chamamos de relógio. Celulares e outros aparelhos eletrônicos completam o arsenal de tecnologia acessível a atletas profissionais e amadores.

Essa montanha de dados é processada e armazenada por aplicativos esportivos que, por sua vez, disponibilizam as informações para universidades e centros de pesquisa, gerando conhecimento real sobre o comportamento e a fisiologia humana.

Um exemplo recente vem da Irlanda. Pesquisadores da University College Dublin analisaram dados de 292.323 corredores amadores que completaram ao menos uma maratona entre 2014 e 2017. Eles queriam descobrir se perder treinos durante a fase de preparação compromete o desempenho no dia da prova. Para isso, eles usaram informações coletadas pelo app Strava, um dos mais populares do mercado.

Maratona do Rio colore a orla no feriado. Praia do Leme
Maratona do Rio colore a orla na praia do Leme - Agência O Globo

Ciclos de treino para maratona variam entre 12 e 16 semanas, dependendo da condição física e da disponibilidade do corredor. Para o estudo, eles avaliaram a frequência de treinos dos atletas durante pelo menos 10 semanas antes da prova.

Com os resultados da maratona de cada corredor, os pesquisadores calcularam o tempo médio de quem perdeu dias de treino, e compararam com o tempo médio de atletas que tiveram interrupção no seu ciclo de preparação para a maratona. Com isso, conseguem estimar o impacto da falta de treinos no resultado final.

Em média, atletas que perderam uma semana ou mais de treinos completaram a prova com tempos entre 5% e 8% maiores do que os corredores que conseguiram manter a rotina de treinamentos com mais rigor. Isso significa 12 a 20 minutos a mais em uma corrida de 4 horas. Não é pouca coisa. Importante lembrar que esse percentual varia de acordo com o sexo, a faixa etária e o estilo de corrida de cada participante.

De modo geral, homens sentem mais do que as mulheres os efeitos negativos da perda de treinos. O mesmo acontece com atletas mais rápidos, na comparação com corredores mais casuais.

O levantamento mostrou ainda que perder dias de treino dentro de um ciclo de maratonas é comum. Dos quase 300 mil atletas analisados, metade deixou de treinar até seis dias seguidos durante as semanas que antecederam a prova. Perdas superiores a uma semana são menos frequentes.

Segundo o estudo, mulheres percorreram a maratona em um tempo médio de 4h24min. Já os homens correram a mesma distância em aproximadamente 4 horas.

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