Na Pinta do Surfe

O universo do esporte e suas particularidades

Na Pinta do Surfe - Marcus Romero
Marcus Romero

Como está o país do surfe às vésperas da Copa do Mundo?

A sequência de títulos mundiais e o aumento de simpatizantes fazem o Brasil se tornar o país do surfe, deixando um legado para a nova geração que está chegando com fome de títulos

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Não é novidade para ninguém que o Brasil sempre foi considerado o país do futebol, mas em 2014 um surfista de 20 anos chamado Gabriel Medina tornou-se o primeiro brasileiro campeão mundial de surfe e o que aconteceu depois desse episódio foi algo mágico e transformador para o esporte nacional. Nos últimos 9 anos tivemos 8 títulos em disputa (em 2020 não houve campeonato devido a pandemia) e nesse período 6 títulos vieram para o Brasil.

Esse ano o campeão foi o brasileiro Filipe Toledo que conquistou seu título nas ondas de Trestles na Califórnia e se juntou aos conterrâneos Adriano de Souza (2015) e Ítalo Ferreira (2019) com um título mundial cada um. Gabriel Medina é o surfista mais vitorioso com três títulos mundiais conquistados (2014/ 2018/ 2021) e Ítalo Ferreira o detentor da primeira medalha de ouro do esporte na estreia do surfe nas olimpíadas em 2021.

O país do futebol atualmente anda sendo reconhecido lá fora também como o país do surfe.

Neymar Jr. e Gabriel Medina - Caio Duran e Ali Karakas

A "Brazilian Storm", tempestade brasileira em tradução literal, é o apelido dado pelos gringos para essa geração vencedora que agora recebe novos surfistas para reforçar ainda mais a tempestade.

Esses novatos terão agora como referência os nossos próprios campeões mundiais, que estão dispostos a passar todo o conhecimento adquirido garantindo assim um futuro promissor e longínquo.

As duas gerações andam juntas e compartilham de uma "vibe" que enche de orgulho todos os amantes do esporte. Eles são profissionais ao extremo, atenciosos, estão sempre sorrindo e torcendo uns pelos outros. Como nasceram no país do futebol, costumam se reunir com frequência para bater aquela bolinha, inclusive Tatiana Weston-Webb, nossa representante feminina participa das disputas. Nesses jogos eles mostram porque são excelentes surfistas.

BRAZILIAN STORM em 2015 (Adriano de Souza, Ítalo Ferreira, Jadson André, Filipe Toledo, Miguel Pupo e Gabriel Medina)

O domínio tupiniquim é algo que chama muito a atenção dos gringos e claro, já temos alguns infiltrados querendo fazer parte da nossa seleção.

Um exemplo é o surfista australiano Jack Robinson, local de Margareth River - Austrália, o atleta é a aposta recente dos aussies para conquista do título. O último australiano a ser campeão do mundo foi Mick Fanning em 2013 quase uma década atrás. Jack está acostumado com ondas pesadas e como a maioria dos australianos tem um estilo bem polido e um arsenal de manobras poderosas, mas ele sabe que precisa de algo mais para destronar nossa seleção. Casado com a brasileira, surfista e modelo Julia Muniz, ele é treinado pelo também brasileiro Leandro Dora (conhecido como Grilo, pai de Yago Dora surfista da elite). Ele está sempre no meio dos brasileiros completando os times nos jogos de futebol e nas brincadeiras, parece perceber que estar próximo daquilo que está dando certo pode ser a melhor escolha, vamos ver se ele irá sambar igual!

Com o cenário favorável para os brasileiros é grande a expectativa para o próximo ano. A WSL - World Surf League já divulgou o calendário para 2023:

1ª etapa: Billabong Pro Pipeline (Pipeline, Hawaii) – 29 de janeiro a 10 de fevereiro
2ª etapa: Hurley Pro Sunset Beach (Sunset, Hawaii) – 12 a 23 de fevereiro
3ª etapa: MEO Portugal Pro (Peniche, Portugal) – 8 a 16 de março
4ª etapa: Rip Curl Pro Bells Beach (Bells, Austrália) – 4 a 14 de abril
5ª etapa: Margaret River Pro (Margaret River, Austrália) – 20 a 30 de abril

6ª etapa: Surf Ranch Pro (Lemoore, Califórnia) – 27 e 28 de maio
7ª etapa: Surf City El Salvador Pro (El Salvador) – 9 a 18 de junho
8ª etapa: Oi Rio Pro (Saquarema, Brasil) – 23 de junho a 1 de julho
9ª etapa: Corona Open J-Bay (J-Bay, África do Sul) – 13 a 22 de julho
10ª etapa: SHISEIDO Tahiti Pro (Taiti, Polinésia Francesa) – 11 a 20 de agosto
Grande final: Rip Curl WSL Finals (Trestles, Califórnia) – 7 a 15 de setembro

Vale ressaltar que no formato atual do campeonato após a 5ª etapa existe um corte e somente os 24 melhores classificados masculinos e as 12 melhores classificadas femininas continuam disputando o título mundial até a 10ª etapa, onde os 5 melhores classificados masculinos e femininos disputam a grande final em Trestles - Califórnia.

É impressionante como algo que parecia impossível até nove anos atrás, quando Gabriel ganhou o primeiro título mundial para o Brasil se transformou em algo tão palpável. Se a afirmação do ditado é verdadeira e o exemplo arrasta, que possamos absorver as coisas boas e passá-las também, afinal de contas o surfe é isso, viver e passar boas vibrações.

Se o Brasil é considerado o país do futebol ou do surfe para nós é indiferente, o importante é que torcemos todos juntos: Rumo ao hexa e ao hepta!

Aloha

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