Trestles na Califórnia foi mais uma vez o palco da grande decisão do título mundial de surfe.
Filipe Toledo surfando em casa não teve dificuldade em conquistar seu segundo título mundial. Durante todo o ano o brasileiro mostrou que estaria entre os cinco finalistas na busca pelo título. Terminou em primeiro lugar no ranking geral e chegou em Trestles com a vantagem de aguardar quem seria seu adversário na grande final.
Jack Robinson (5) e João Chianca (4) fizeram a primeira disputa e o Brasileiro mostrou que tem surfe para estar entre os melhores e venceu a bateria.
Na sequência o adversário foi Ethan Ewing (3) que vinha de uma recuperação após uma lesão sofrida na etapa de Teahupoo. O australiano com um surfe polido e com grandes manobras de borda derrotou Chianca e avançou.
O Próximo adversário de Ethan Ewing foi o local Griffin Colapinto(2). Esperava-se um grande duelo entre os dois, a torcida americana estava uniformizada e Griffin apareceu no meio da torcida minutos antes da sua bateria, levando a praia a loucura. Mas Ethan estava encaixado nas ondas de Trestles e venceu a disputa. Então estava desenhado a grande final: Filipe Toledo x Ethan Ewing.
O grande campeão seria conhecido através da disputa na melhor de três baterias.
A primeira bateria da grande final foi dominada por Filipe que o tempo todo controlou o adversário e fez uma somatória de 14,27 contra 12,37 do australiano.
Na segunda bateria Ethan estava pressionado pois necessitava ganhar essa bateria para forçar uma terceira disputa. Mas, o australiano não teve folego para vencer Filipe que mostrou um profundo conhecimento do pico e venceu a segunda bateria também, sagrando-se bicampeão mundial.
Filipe estava tranquilo e relaxado, com certeza o título de 2022 tirou um peso enorme das suas costas. Surfou o ano todo com alegria, pode mostrar um enorme repertório de manobras e não deixou nenhum questionamento sobre o seu surfe e se merecia ou não o título. Foi dominante nas ações e cirúrgico quando precisou. Continua sendo o surfista a ser batido e pode esperar que no próximo ano ele estará novamente disputando o título.
No feminino a nova geração chegou e parece que teremos uma troca de guarda interessante.
A jovem americana Caroline Marks desbancou as campeãs mundiais Tyler Wright e Carissa Moore para ficar com seu primeiro título mundial.
Parece que chegou a hora da nova geração tomar o espaço das veteranas, com um surfe mais agressivo e inovador essa geração vai ganhando espaço e puxando os limites da categoria.
O Surfe feminino está pronto para alcançar novos patamares. Vale ressaltar que a WSL tem uma grande participação nesse crescimento merecido do surfe feminino. A empresa igualou as premiações com a categoria masculina, recentemente também optou por seguir as mesmas etapas onde eram disputadas as etapas masculinas, como Pipeline e Teahupoo. Essas etapas acontecem em ondas de consequência e são muito perigosas. Com isso, as meninas tiveram que se preparar mais fisicamente e mentalmente para ocupar um espaço onde ainda não se sentiam à vontade e conseguiram sucesso.
Em 2023 a WSL fez um ano muito bom. Tivemos alguns pontos que precisam ser olhados com cuidado. Algumas etapas deixaram margem para dúvidas referente ao critério de avaliação, sabemos que o surfe é subjetivo, mas com toda a tecnologia disponível não se pode ter uma margem tão grande para dúvidas.
O formato do campeonato talvez precise de algumas mudanças, a final poderia ser em outro pico e mudanças de algumas etapas. A WSL sempre traz algo novo quando começa uma nova temporada, vamos aguardar. Enquanto isso, a tempestade brasileira não para.
Aloha
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