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Nos 30 anos do Planet Hemp, poucos avanços no debate sobre o uso da cannabis no Brasil

Em artigo, leitor defende ampla discussão sobre liberalização

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Pedro de Luna

No dia 24 de julho de 1993, um sábado, a banda Planet Hemp subia ao palco do Garage, no Rio de Janeiro, para o seu primeiro show. Na época, ainda com Luiz "Skunk", o mentor de tudo, ao lado de um jovem Marcelo D2.

Trinta anos se passaram e o principal tema das letras do grupo continua rendendo polêmica, apesar de pequenos avanços em relação à política de drogas, liberdade de expressão (existe até uma marcha anual), mídia especializada e a legislação sobre o uso de cannabis para fins medicinais.

Cartaz de show do Planet Hemp no Garage, no Rio de Janeiro, em 1993
Cartaz de show do Planet Hemp no Garage, no Rio de Janeiro, em 1993 - Pedro de Luna/Leitor

Apesar da lenta evolução no debate nacional, músicas e videoclipes que versam sobre a erva não são mais (explicitamente) censurados. Também não se prendem mais os músicos e os seus fãs por usarem camisetas com alusão à planta ou por cantarem sobre ela. Sim, tudo isso realmente aconteceu durante a década de 1990, quando o Planet Hemp amargou vários dias numa cela em Brasília.

Em 2022, o grupo carioca lançou um disco de inéditas – o primeiro desde o ano 2000 - provocativamente intitulado "Jardineiros". Desde então, D2, Formigão, BNegão, Pedrinho, Nobru e companhia vêm lotando shows, ganhando prêmios e provando que ainda há muita lenha pra queimar.

Fazendo a cabeça há três décadas, o legado da banda se faz presente no livro "Planet Hemp mantenha o respeito" e no filme "Legalize Já", sobre o inusitado encontro entre Skunk e D2, que levaria o (então) camelô Marcelo ao mundo da música. No entanto, desde 2015 se arrasta no STF a votação para a descriminalização do porte de drogas (como a maconha) para consumo pessoal.

Que venham mais 30 anos de Planet e, como diz uma de suas letras, que as autoridades ponham as cartas na mesa e discutam essas leis.


Pedro de Luna, 48, é jornalista, escritor e quadrinista. Escreveu e publicou 18 livros, entre eles as biografias do Planet Hemp, de Speedfreaks, de Champignon (CBJr) e do professor e deputado federal Chico Alencar (PSOL/RJ).

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