Dia do Pi, 14 de março é comemorado com matemática e tortas; entenda

O recorde mundial de determinação da lista de números além do 3,14 acaba de ser quebrado por Emma Haruka Iwao, engenheira do Google no Japão

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São Carlos

Amantes da matemática e das tortas recheadas estão em regozijo pelo mundo neste dia 14 de março. Desde 1988, a data é usada para celebrar o Dia do Pi, uma comemoração do conhecimento e dos mistérios acerca do número designado pela letra grega “pi”, que pode ser deduzido a partir de formas circulares, esféricas e elípticas, por exemplo.

No Dia do Pi, tortas fazem sucesso; em inglês, “pi” e a palavra “pie” (“torta”) têm o mesmo som, o que está por trás do costume de comer tortas recheadas com frutas no Dia do Pi.  A tradição das tortas foi iniciada pelo idealizador do dia comemorativo, o físico americano Larry Shaw (1939-2017), que trabalhava no Exploratorium, um museu de San Francisco, em 1988.
No Dia do Pi, tortas fazem sucesso; em inglês, “pi” e a palavra “pie” (“torta”) têm o mesmo som, o que está por trás do costume de comer tortas recheadas com frutas no Dia do Pi. A tradição das tortas foi iniciada pelo idealizador do dia comemorativo, o físico americano Larry Shaw (1939-2017), que trabalhava no Exploratorium, um museu de San Francisco, em 1988. - The Daily Meal

O pi, correspondente à divisão do perímetro (comprimento) de um círculo pelo seu diâmetro, costuma ser representado de forma simplificada pelos dígitos 3,14. Isso explica porque 14 de março virou o Dia do Pi, já que a abreviação de datas em inglês coloca o mês antes do dia (03/14, e não 14/03, como em português). Não importa o tamanho do círculo de que estamos falando: a razão entre sua circunferência e seu diâmetro sempre será o número pi.

No entanto, o tal 3,14 é apenas a ponta do iceberg aparentemente interminável desse número. O pi, na verdade, não pode ser representado por uma fração comum, o que significa que os números que vêm depois da vírgula após a divisão nunca terminam.

Também não é possível encontrar um padrão lógico de repetição nessas casas decimais – eles se revezam de uma forma que, pelo que sabemos, é aleatória. O recorde mundial de determinação da lista de números que se seguem à vírgula no pi, aliás, acaba de ser quebrado por Emma Haruka Iwao, uma engenheira do Google no Japão. Com a ajuda dos serviços de computação em nuvem da empresa, ela conseguiu calcular o número com uma precisão de 31 trilhões de dígitos após a vírgula – a marca anterior era de 22 trilhões. O cálculo demorou 121 dias para ser concluído.

Mais modesto, o astrofísico americano Neil deGrasse Tyson, apresentador da nova versão da série de TV Cosmos, resolveu encher sua conta do microblog Twitter com 279 dígitos – “todos os que um tuíte consegue aguentar”, brincou ele.

Tyson também compartilhou a imagem de uma abóbora com a letra grega gravada nela e um trocadilho: “Quem não gosta de torta de abóbora?”. Explica-se: em inglês, “pi” e a palavra “pie” (“torta”) têm o mesmo som, o que está por trás do costume de comer tortas recheadas com frutas no Dia do Pi.

A tradição das tortas foi iniciada pelo idealizador do dia comemorativo, o físico americano Larry Shaw (1939-2017), que trabalhava no Exploratorium, um museu de San Francisco, em 1988. No primeiro Dia do Pi nos anos 1980, os visitantes do Exploratorium deram voltas num dos espaços circulares do museu e, claro, devoraram as tortas. Em 2009, o Congresso americano aprovou um projeto de lei reconhecendo a data de 14 de março como Dia Nacional do Pi. Estabelecimentos comerciais americanos às vezes oferecem tortas que custam US$ 3,14 nessa data.

Formas aproximadas do número pi são usadas num grande número de aplicações importantes na matemática, na física, na engenharia e em outras áreas (não é possível calcular a velocidade de qualquer coisa circular sem ele, por exemplo), embora, em geral, não seja necessário avançar muito nas casas decimais para que os cálculos deem certo.

A repetição eterna de dígitos após a vírgula, porém, já inspirou até a ficção científica – inclusive a feita por cientistas. Em seu romance “Contato”, de 1985, o astrônomo Carl Sagan (1934-1996) retrata o pi como repositório de uma mensagem transcendente a respeito da ordem e beleza do Cosmos.

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