Tornar-se um astronautas é bem mais difícil do que passar em Harvard, mas agora pessoas comuns —pelo menos aquelas com dezenas de milhões de dólares — poderão ir ao espaço.
A Nasa anunciou nesta sexta (7) que pela primeira vez vai permitir visita de turistas à Estação Espacial Internacional, o único lugar onde há pessoas vivendo fora da Terra.
O novo anúncio é uma das várias novas políticas planejadas para que empresas usem a estação espacial para mais atividades comerciais, uma ideia que não agradava a
Nasa no passado.
Os pacotes não serão vendidos diretamente pela agência espacial americana, mas ela cobrará de empresas privadas US$ 35 mil (R$ 133 mil) por noite para uso das instalações da estação e do ar, água, banheiro e internet ali disponíveis.
Dessa forma, é provável que as empresas cobrem muito mais dos turistas para tornar a ação rentável.
O anúncio é um passo inicial para mudanças que poderiam resolver problemas futuros. Em 2018, o presidente dos EUA, Donald Trump, propôs acabar com o financiamento federal para a estação.
Os representantes da Nasa afirmam que o objetivo é futuramente fazer uma eventual transição para estações espaciais comerciais.
A agência também anunciou que permitirá na estação atividades destinadas ao lucro, sem necessidade de fins educacionais ou científicos. Ainda neste mês, a Nasa começará a buscar propostas para adicionar um módulo privado à estação. A decisão sobre o assunto deve ser tomada até o fim deste ano.
Patrocínios na estação continuam proibidos, assim como astronautas recomendando produtos —propagandas filmadas no espaço, porém, são permitidas.
O turismo espacial será caro, mas a verba gerada por ele não chegará perto de cobrir os custos de manutenção da estação espacial, um dos principais gastos da Nasa. A agência gasta mais de US$ 8 milhões (R$ 30 milhões) por dia.
“Essa não será uma empreitada lucrativa para a Nasa,” disse Jeff DeWitt, diretor financeiro da Nasa.
A empresa americana Bigelow Space Operations já reservou quatro lançamentos usando foguetes da SpaceX, de Elon Musk. Cada voo deve ter pelo menos quatro assentos.
A Axiom Space, comandada por Michael Suffredini, que já foi membro da Nasa, também planeja voos turísticos já para o próximo ano.
Ambas as empresas consideram a Estação Espacial Internacional como um ponto de partida para construção de suas próprias estações na órbita terrestre.
Nos anos 2000, sete pessoas visitaram a estação espacial em viagens coordenadas pela Rússia, que é responsável por metade da operação. À época, a Nasa afirmou não estar interessada nesse tipo de ação.
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