Terceiro exoplaneta é descoberto em órbita da estrela Proxima Centauri

Proxima d é um dos mais leves do conjunto de exoplanetas descobertos até agora

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Paris | AFP

Um terceiro planeta foi detectado orbitando a estrela Proxima Centauri, a mais próxima do Sistema Solar, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira (10) na revista Astronomy & Astrophysics.

Com apenas um quarto da massa da Terra, Proxima d é um dos mais leves do conjunto de exoplanetas descobertos até agora, que conta com cerca de 5.000 corpos orbitando outras estrelas.

A estrela Proxima Centauri está localizada a quatro anos-luz de distância (equivalente a mais de 125 milhões de vezes a distância da Lua). É muito menor e duas vezes mais fria que o Sol, e pertence à categoria de "anãs vermelhas".

Concepção artística de Proxima d, o terceiro exoplaneta descoberto em órbita da estrela Proxima Centauri - European Southern Observatory/AFP

A detecção de exoplanetas é muito difícil, pois estão muito distantes e refletem pouca luz.

No caso do sistema Proxima Centauri, quando observado da Terra, os corpos que orbitam a estrela estão em outro plano, o que impede a aplicação do chamado método de "trânsito" –o mais fácil– que detecta planetas medindo variações na luminosidade da estrela causada pela passagem de um corpo, provocando um micro eclipse.

Foi, portanto, necessário recorrer ao método das velocidades radiais, que se baseia na medição das oscilações da estrela devido ao micro efeito da gravidade de um corpo em órbita.

Foi assim que Proxima b, com massa semelhante à da Terra, e localizado na zona "habitável" (nem muito perto da estrela, nem muito longe da estrela), e Proxima c, menor, foram encontrados há alguns anos.

Suspeita de um terceiro planeta

"Quando os descobrimos, suspeitamos de uma influência" de um terceiro planeta, disse à AFP Baptiste Lavie, do departamento de astronomia da Universidade de Genebra, membro da equipe que usa o Very Large Telescope (VLT, literalmente "telescópio muito grande"), do Observatório Europeu do Sul (ESO) no Chile, no deserto do Atacama.

Mas esse sinal era tão fraco que foi necessário continuar as observações com o auxílio do espectrógrafo ESPRESSO instalado no VLT. Essas observações confirmaram uma variação ínfima na velocidade da estrela (1,4 km por hora) causada por um planeta próximo.

Proxima d está a 4 milhões de quilômetros de sua estrela, menos de um décimo da distância de Mercúrio ao Sol.

Localizado no limite da zona habitável, Proxima d leva apenas cinco dias para completar uma volta em torno de sua estrela.

"Sem dúvida é um planeta rochoso, porque sua massa é muito fraca para reter o gás", como acontece com os gigantes gasosos do Sistema Solar, Júpiter e Saturno, segundo o astrônomo Baptiste Lavie.

"Esta grande descoberta demonstra o potencial do método da velocidade radial para revelar a existência de planetas leves, como este [...], capazes de abrigar vida", afirma Pedro Figuiera, chefe do espectrógrafo ESPRESSO no Chile, citado no comunicado do ESO.

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