O ministro Marcos Pontes (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) confirmou nesta terça-feira (1º) que deixará o ministério e indicará o substituto para assumir a pasta. "A lista [com as sugestões de substitutos] está com o presidente [Jair Bolsonaro]", afirmou.
Ele vai se candidatar à Câmara dos Deputados pelo PL (mesmo partido do presidente Bolsonaro) por São Paulo. A informação da saída do ministro havia sido publicada no último dia 31 de janeiro pelo site Metrópoles.
Pontes disse que os nomes apontados são do próprio ministério para garantir uma continuidade no trabalho. Ele não revelou quais foram as suas indicações.
Devido à legislação eleitoral, ministros que serão candidatos devem deixar os cargos até o dia 1º de abril.
Pontes assumiu o ministério logo no começo do governo Jair Bolsonaro, em janeiro de 2019. Na época, a pasta ainda tinha o nome de "Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações", mas, em outubro de 2020, foi desmembrado para a recriação do Ministério das Comunicações.
Marcos Pontes participou da assinatura de um documento com a avaliação do cenário de inteligência artificial e propostas para área no Brasil durante o Mobile World Congress 2022, principal feira do mundo do setor de telecomunicações que ocorre nesta semana em Barcelona.
O documento foi desenvolvido em uma parceria da Softex (Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro), ligada ao ministério, e a chinesa Huawei.
No evento, após confirmar a pré-candidatura, ele prometeu uma vacina brasileira contra a Covid disponível para aplicação daqui a nove meses. O produto ainda precisa passar por diversas etapas de teste.
Orçamento
Com cautela, Pontes comemorou o orçamento aprovado para 2022, mas disse ainda não ser o suficiente. Segundo o jornal O Globo, serão R$ 6,9 bi.
"Agora que temos recursos, muitos pesquisadores que saíram vão voltar para o país", afirmou Pontes citando um projeto para que cientistas trabalhem na Amazônia, em parceria com estrangeiros, e o desenvolvimento de um laboratório de biossegurança máxima em Campinas.
Ao longo do período à frente do ministério, Pontes chegou a entrar em conflito com a área econômica do governo Bolsonaro após cortes na ciência.
Ele disse ter sido "pego de surpresa", ficado "muito chateado" e que pensou em deixar o governo após o corte. O ministro Paulo Guedes (Economia) reagiu e chegou a se referir ao astronauta como burro.
Já Bolsonaro pediu para Pontes "jogar junto". Mesmo com as críticas, Pontes ficou.
Ele também incorporou pautas bolsonaristas, por exemplo quando exonerou, em 2019, o físico Ricardo Galvão do comando do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), no momento em que Bolsonaro discordava de dados do desmatamento elaborados pelo órgão.
*O jornalista viajou a convite da Huawei.
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