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Enquanto Artemis não decola, China avança em sua aventura espacial rumo à Lua

Após enviar robôs para o solo lunar, Pequim multiplica seus projetos, como a construção de sua própria estação espacial

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Stéphane Lagarde
Pequim | RFI

O fim de semana não foi de descanso na base de Jiuquan, no nordeste da China. Enquanto a Nasa tentava reparar um vazamento de combustível que impediu o lançamento de seu foguete SLS nos Estados Unidos, os chineses colocavam em órbita um novo satélite de teledetecção. Simultaneamente, na ilha de Hainan, no sudeste do país, as equipes trabalhavam no equipamento que vai lançar, no próximo mês, o último módulo da estação espacial chinesa.

Pequim não esconde de ninguém suas ambições na corrida espacial. Desde abril de 2021, Tianhe, o primeiro módulo de uma estação espacial chinesa, está em órbita. Em julho deste ano, o segundo de três módulos da estação espacial em construção pelo país foi lançado. Batizada de Tiangong (Palácio Celeste, em chinês), mas também conhecida por sua sigla CSS ("estação espacial chinesa", em inglês), ela deverá estar totalmente operacional até o final do ano e a vida útil do projeto deve ser de 10 a 15 anos.

Foguete chinês Longa Mancha é lançado no último sábado (3) na base de Jiuquan, no nordeste da China
Foguete chinês Longa Mancha no lançamento realizado no último sábado (3) na base de Jiuquan, no nordeste da China - Wang Jiangbo/Xinhua

Barrado na Estação Espacial Internacional (ISS)

O gigante asiático vem investindo bilhões de euros em seu programa espacial há várias décadas. A China enviou o seu primeiro astronauta ao espaço em 2003 e o projeto de sua própria estação surgiu devido à recusa dos Estados Unidos em permitir que o país participasse da Estação Espacial Internacional (ISS).

E a Lua também faz parte dos projetos de Pequim, mesmo se os objetivos são menos claros e o calendário não parece muito definido. Segundo as primeiras informações, uma missão para o satélite natural seria iniciada já em 2024, após a construção do Palácio Celeste. Mas de acordo com notícias mais recentes da imprensa local a previsão é que uma missão para o satélite natural seja concluída "até 2030".

Robôs chineses já colheram amostras retiradas de crateras lunares

Os primeiros projetos chineses visando à Lua começaram em 2013, com a missão Cheng’e. Foi nesse ano que um robô motorizado batizado de Yutu ("coelhos de jade" em mandarim) foi enviado para o satélite. Em 2014, um minirover "made in" China circulou pela Lua e, em 2019, outro veículo pousou em sua face obscura. Em 2020 Pequim foi além e um robô trouxe para a Terra amostras retiradas de crateras lunares.

Segundo a agência espacial chinesa, a próxima etapa tem como destino o polo sul da Lua, com missões até 2026, que objetivam preparar o terreno para os primeiros voos tripulados, além de um projeto de construção, em parceria com a Rússia, de uma estação espacial lunar.

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