Em um vídeo divulgado nesta quarta-feira (26) nas redes sociais, Hugo Aguilaniu, diretor-presidente do Instituto Serrapilheira, anunciou o apoio da entidade à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República.
Ele disse que a decisão foi tomada devido ao que classificou como grandes perdas da ciência nacional no governo de Jair Bolsonaro (PL). "Os cortes de verbas, ataques reiterados às informações científicas e a incerteza quanto ao lugar da ciência aumentaram o êxodo de cientistas. Quando um talento vai embora, o Brasil inteiro perde", publicou o instituto no Twitter.
"Gostaria de declarar oficialmente o apoio do instituto à candidatura do Lula. A gente é uma instituição privada que apoia a ciência e a divulgação científica no Brasil. Portanto, nós precisamos do ecossistema rico de fomento à ciência e de fomento à divulgação científica. Ao nosso ver, a única candidatura que garante um apoio à ciência de verdade é a do Lula. Portanto, se vocês acreditam na ciência, se acreditam na construção de um futuro melhor para o Brasil, eu convido vocês, no próximo domingo, a votarem no Lula", afirmou Aguilaniu no vídeo.
Na rede social, o Serrapilheira completou afirmando querer "que o Brasil seja um par, não um pária".
O dirigente do instituto assinou o manifesto "Ciência, Tecnologia e Inovação com Lula", criado pela comunidade científica do país, e convidou os internautas a também assinarem. Até as 23h30 desta quarta, o manifesto somava 14.150 assinaturas de apoio a Lula.
Na última terça (25), em um editorial, a revista científica Nature afirmou que na eleição presidencial atual, classificada pelo periódico como a mais importante desde o fim da ditadura, só há uma escolha para o Brasil e para o mundo e que um segundo mandato de Bolsonaro representaria ameaças à ciência, à democracia e ao meio ambiente.
Em setembro, antes do primeiro turno da atual eleição, um editorial da revista científica Lancet criticou a gestão de Bolsonaro na pandemia e o desrespeito a indígenas e também citou a necessidade de "uma mudança urgente".
O texto da Nature afirma que o presidente brasileiro assumiu o posto negando a ciência, ameaçando os direitos das populações indígenas e promovendo armas como solução para preocupações com segurança. "Bolsonaro foi fiel à sua palavra. Seu mandato foi desastroso para a ciência, para o meio ambiente e para o povo do Brasil —e para o mundo", aponta o texto.
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