Astrônomos documentam supernova 'fracassada' na Via Láctea

Explosão da estrela foi contida por 'companheira' de sistema binário

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Will Dunham
Washington | Reuters

As supernovas nem sempre são supernovas. As explosões, que marcam a morte de uma estrela, costumam ser espetacularmente energéticas. Mas, de vez em quando, são um fracasso completo.

Cientistas detalharam nesta quarta-feira (1º) um desses insucessos: uma estrela imensa, que teve tanto de seu material desviado pela força gravitacional de uma estrela companheira em um casamento estelar —chamado de sistema binário—, que, quando explodiu no final de sua ciclo de vida, mal conseguiu esboçar um gemido.

Sua explosão final foi tão mansa, de fato, que a estrela colapsada —agora um objeto incrivelmente denso chamado estrela de nêutrons— permanece em uma órbita circular dócil com sua companheira. Uma explosão mais poderosa, no mínimo, teria resultado em uma órbita mais oval e poderia até mesmo ter enviado a estrela e sua companheira em direções opostas.

Ilustração mostra o sistema estelar binário CPD-29 2176, localizado a cerca de 11 mil anos-luz da Terra - J. da Silva/Spaceengine/Noir Lab/National Science Foundation/Aura

Este sistema binário, estudado usando um telescópio no Observatório Interamericano de Cerro Tololo, com sede no Chile, está localizado a cerca de 11 anos-luz da Terra em nossa galáxia, a Via Láctea, na direção da constelação de Puppis. Um ano-luz é a distância que a luz percorre em um ano, 9,5 trilhões de quilômetros.

A explosão estelar anêmica que ocorreu foi chamada de supernova "ultra-despojada". Isso acontece quando uma estrela massiva entra em colapso quando fica sem combustível em seu núcleo, mas não consegue uma explosão forte porque uma estrela companheira sugou grande parte de suas camadas externas e removeu material que, de outra forma, seria ejetado violentamente para o espaço.

"Como há pouco material no envelope estelar, quase não há material ejetado do choque do colapso", explica o astrônomo Noel Richardson, da Universidade Aeronáutica Embry-Riddle, principal autor do estudo publicado na revista Nature.

A coautora do estudo, Clarissa Pavão, estudante de física da Embry-Riddle, descreveu a explosão como "fraca, sutil e passiva".

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