Descrição de chapéu astronomia

Japão ainda tem esperanças de reativar sonda lunar

País pousou na Lua, mas painéis solares do módulo lunar não estão funcionando; sonda foi desligada para poupar energia

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Natsuko Fukue
Tóquio (Japão) | AFP

A agência espacial japonesa desligou a alimentação elétrica de sua sonda Slim, menos de três horas depois de seu pouso histórico, com o objetivo de poupar suas baterias, na esperança de restaurar as funções do módulo lunar.

Segundo a Jaxa (Agência de Exploração Aeroespacial do Japão), a bateria estava em 12% ao ser desligada, para evitar uma situação em que fosse impossível reiniciar os sistemas.

Existe uma possibilidade de que o módulo de pouso lunar Slim (Smart Lander for Investigating Moon), que teve um problema com seus painéis solares, possa ser reativado, disse a Jaxa em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (22).

"Segundo os dados telemétricos, as células solares da Slim estão orientadas para o oeste. Se, no futuro, a luz solar chegar à Lua pelo oeste, acreditamos que seja possível produzir energia e, no momento, estamos nos preparando para seu restabelecimento", declarou a agência.

Imagem de transmissão do pouso da nave japonesa na Lua
O módulo Slim, da Jaxa (agência espacial japonesa), realiza pouso na Lua, mas missão tem problemas com painéis solares - Reprodução/Jaxa no Youtube

"Conseguimos completar a transmissão de dados técnicos e imagens adquiridas durante a descida e na superfície lunar antes do corte de energia", disse a Jaxa na rede social X, acrescentando que se recebeu um "grande volume de dados".

O Japão se tornou no sábado (20) o quinto país a conseguir um pouso bem-sucedido na Lua.

Após 20 minutos de descida, a Jaxa disse que seu módulo pousou na superfície da Lua e conseguiu estabelecer comunicação.

Os painéis solares pararam de funcionar, porém, o que significa que sua sonda, apelidada de "Moon Sniper" ("franco-atirador lunar" em tradução literal) por sua tecnologia de precisão, terá bateria apenas por "algumas horas", disse Hitoshi Kuninaka, da agência Jaxa.

Os responsáveis pela missão priorizaram a coleta de dados enquanto fosse possível, embora Kuninaka tenha sugerido que as baterias poderão voltar a funcionar assim que o ângulo da luz solar mudar.

Slim é uma das muitas novas missões lunares que países e empresas privadas lançaram 50 anos depois de Neil Armstrong pisar na superfície do satélite da Terra.

"Sucesso"

A Jaxa espera poder analisar os dados obtidos durante o pouso na Lua, o que ajudará a determinar se a sonda cumpriu seu objetivo de se colocar em um raio de 100 metros do local previsto.

A Slim deveria pousar em uma cratera, na qual se acredita ser possível acessar o manto da Lua, a camada abaixo da crosta que normalmente é encontrada em grande profundidade.

As duas sondas foram implantadas com sucesso, disse a Jaxa. Uma está equipada com um transmissor, e outro foi projetada para rodar pela superfície lunar e enviar as imagens de volta à Terra.

Este pequeno veículo espacial, um pouco maior do que uma bola de tênis, foi desenvolvido em conjunto com a empresa que criou os brinquedos Transformer.

Embora a precisão do pouso precise ser verificada, "acho que a missão é um grande sucesso", disse Jonathan McDowell, astrônomo do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian.

As duas missões anteriores do Japão, uma pública e outra privada, fracassaram.

Em 2022, o país insular enviou a sonda lunar Omotenashi, sem sucesso, como parte da missão americana Artemis 1. Em abril, a "startup" ispace tentou se tornar a primeira empresa privada a chegar à Lua, mas perdeu a comunicação com sua nave após um "pouso forçado".

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