Astronautas escolhidos para missão à Lua ensaiam retorno à Terra

Missão Artemis 2, planejada para 2025, prevê uma viagem às imediações do satélite

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Romain Fonsegrives
AFP

A viagem da Artemis 2 à órbita lunar está prevista apenas para setembro de 2025, mas os quatro astronautas da missão já estão se preparando para o retorno à Terra. Há oito dias, eles treinam no mar com a Marinha dos Estados Unidos, no litoral da Califórnia.

"É uma loucura. É o tipo de coisa que só acontece nos filmes e que nós vivemos todos os dias", afirmou o comandante Reid Wiseman na última quarta-feira (28), na base naval de San Diego.

A bordo de um enorme navio de assalto anfíbio, centenas de marinheiros, mergulhadores e pilotos do Exército americano têm a tarefa de coordenar os esforços para resgatar e transportar os exploradores espaciais por via aérea. Um ensaio geral essencial para a realização daquela que deve ser a última etapa de uma missão histórica.

Réplica em tamanho real da cápsula Órion, apelidada de Darth Vader, utilizada em treinamento de astronautas da missão Artemis 2 - Kenny Allen/Nasa

Wiseman e seus três colegas devem se tornar os primeiros humanos a se aproximarem da Lua desde o fim do programa Apollo, há mais de 50 anos.

Se tudo correr bem, eles vão orbitar por dez dias o satélite natural da Terra a bordo da cápsula Órion, antes de retornarem à superfície terrestre.

Objetivo Marte

Como enfrentar uma possível tempestade? Que procedimento deve ser iniciado se um dos astronautas ficar ferido?

"Pensamos continuamente no que vamos fazer. Precisamos nos preparar para todos os cenários", disse à AFP Lily Villareal, responsável da Nasa que supervisiona a etapa de retorno da missão.

Os astronautas treinam em uma réplica em tamanho real da cápsula Órion, um grande cone preto apelidado de Darth Vader, por sua semelhança com o capacete do vilão da saga Guerra nas Estrelas.

Os americanos planejam voltar à Lua por meio do programa Artemis, não mais para alcançá-la, mas para "permanecer" de forma duradoura, segundo Villareal.

Enquanto a Artemis 2 se limitará a sobrevoar a Lua, a terceira missão do programa, prevista para o final de 2026, levará humanos de volta à superfície lunar.

O objetivo é enviar missões com várias semanas de duração para depois estabelecer uma base na superfície lunar e uma estação espacial em sua órbita, capaz de impulsionar a conquista de Marte.

"Nossa Terra tem recursos limitados, é por isso que temos que descobrir o que podemos fazer para o bem da humanidade", enfatiza Villareal.

Liderança

A conquista da Lua vai além da simples ambição de utilizá-la como catapulta para outras partes do Universo. Há vários anos, empresas privadas sonham em explorar o turismo espacial e potências como Índia, Japão e China conseguiram recentemente pousar na superfície lunar.

Pequim também planeja enviar humanos à Lua até 2030, o que pressiona a Nasa para que não acumule mais atrasos.

Nesse contexto, "a questão não é realmente por que vamos lá, mas sim se vamos estar na liderança ou não", diz Christina Koch, astronauta da Artemis 2 —se tudo der certo, ela se tornará a primeira mulher a se aventurar tão longe no espaço.

Completam a equipe o canadense Jeremy Hansen e o americano Victor Glover, primeiro astronauta negro a participar de uma missão lunar.

Com seu novo programa, a Nasa pretende que uma mulher e um homem negro pisem na Lua pela primeira vez.

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