Descrição de chapéu The New York Times astronomia

Imagem mostra redemoinho impressionista de cores no centro da Via Láctea

Mapa representa primeiro passo para entender o papel de campos magnéticos no ciclo de morte e renascimento estelar

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Espectro colorido e mapeamento do magnetismo interstelar. O fundo é predominantemente escuro, evocando o vasto espaço cósmico. No centro, um redemoinho de cores vibrantes, predominantemente em tons de azul, rosa e verde, simula as temperaturas da poeira interestelar. Linhas sinuosas, semelhantes a pelos ou fibras, se estendem por toda a imagem em padrões complexos, representando as direções da força magnética nas nuvens de poeira. Faixas amarelas, lembrando jatos ou riscos, cortam a cena, simbolizando jatos de gás ionizado quente que emitem ondas de rádio. A imagem é uma composição artística baseada em dados astronômicos e transmite uma sensação de dinamismo e complexidade dos processos cósmicos.

As cores representam diferentes temperaturas da poeira interestelar, e entrelaçadas nessas tonalidades estão linhas que mostram as direções da força magnética nas nuvens de poeira. As faixas amarelas são jatos de gás ionizado quente, que emite ondas de rádio. The New York Times

Dennis Overbye
The New York Times

"A nação que controlar o magnetismo controlará o Universo", afirmava Dick Tracy, o detetive fictício da história em quadrinhos de Chester Gould, em 1962.

Mas o magnetismo controla o Universo?

Estima-se que sete estrelas nasçam a cada ano na Via Láctea. Elas surgem da poeira e para a poeira eventualmente retornam. Agora, uma imagem celeste, um redemoinho impressionista de cores no centro da nossa galáxia, representa um primeiro passo para entender o papel desses campos magnéticos no ciclo de morte e renascimento estelar.

A imagem foi produzida por David Chuss, físico da Universidade de Villanova, e uma equipe internacional de astrônomos. O projeto é conhecido como Fireplace, sigla em inglês para Exploração Polarimétrica de Grande Área CMZ no Infravermelho. O mapa da equipe revela detalhes anteriormente invisíveis em um trecho do centro da Via Láctea com 500 anos-luz de largura.

As cores representam diferentes temperaturas da poeira interestelar: Verde indica poeira fria e densa; rosa, poeira mais quente. Entrelaçadas nessas tonalidades estão linhas que mostram as direções da força magnética nas nuvens. As faixas amarelas são jatos de gás ionizado quente, que emite ondas de rádio. Os jatos foram gravados pela primeira vez há dois anos pelo telescópio de rádio MeerKAT, na África do Sul.

Cada nova geração de olhos vê uma nova versão de nossa galáxia.

Para mapear as linhas do campo magnético da galáxia, Chuss e seus colegas voaram a 45 mil pés de altura a bordo do Observatório Estratosférico para Astronomia Infravermelha, ou Sofia, um 747 adaptado para astronomia. Um espectrógrafo especial mediu a direção da polarização da luz infravermelha que emanava da poeira, revelando as direções dos campos magnéticos ponto a ponto.

O centro da Via Láctea é mal perceptível à direita do centro no mapa, logo abaixo de uma pequena mancha que se assemelha a um oito deitado. No meio da mancha empoeirada está um buraco negro monstruoso, ao redor do qual toda a galáxia gira como um carrossel.

"O próximo passo é descobrir o que tudo isso significa", disse Chuss em uma entrevista. Embutidas nesse mapa podem estar pistas para alguns dos processos mais profundos e complexos da natureza, incluindo como as estrelas, fontes de toda luz e vida no Universo, vêm a ser.

"Isso fornecerá a capacidade de novas teorias serem testadas", disse Chuss, "e guiará o desenvolvimento da próxima geração de exploração astronômica."

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