Descrição de chapéu astronomia

Paralisação lunar volta a ocorrer depois de 18 anos, mas só é visível do hemisfério norte

Com o fenômeno, satélite natural da Terra aparecerá mais tempo no céu

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São Paulo

Ocorre nesta sexta-feira (21) a grande paralisação lunar. Apesar do nome que parece ter sido de um filme com catástrofes planetárias, trata-se de algo cíclico e normal relacionado à Lua. A tal da "paralisação", basicamente, significa que o satélite natural da Terra aparecerá mais tempo no céu —mas só nos céus do hemisfério norte.

A paralisação lunar, que também pode ser chamada de lunistício, é um fenômeno em que a Lua chega em seu ponto mais ao Norte ou mais ao Sul —dependendo do hemisfério— durante a sua trajetória ao longo de mês lunar (que tem duração de cerca de 27 dias).

Lua nascendo em Encinitas, na Califórnia, nos EUA - Mike Blake/Reuters

Pela posição de nascimento mais ao Norte —no caso atual—, a Lua fará um percurso no céu em uma altura maior. Com isso, acabará se mantendo mais tempo no céu do Norte.

Mas não se trata de uma paralisação qualquer, mas de uma grande paralisação. Isso porque os pontos de nascimento e pôr da Lua estão mais afastados —o que significa um tanto a mais de tempo no céu—, segundo a English Heritage.

De acordo com Filipe Monteiro, astrônomo e pós-doutor do Observatório Nacional, o fenômeno ocorre devido às órbitas mútuas do sistema Terra-Lua.

""A lua tem uma inclinação em relação à eclíptica, ou seja, ao plano da órbita da Terra ao redor do Sol. A Terra também tem sua inclinação em relação a esse plano. Logo, a inclinação da Terra acaba se somando à inclinação do plano orbital da Lua, fazendo com que os chamados 'lunistícios maiores' ocorram quando essas inclinações atingem a sua máxima variação, que é de 28,7º", diz Monteiro.

Nesse caso, ou seja, nas grandes paralisações, a Lua nasce no ponto mais a nordeste do horizonte e se põe na posição mais a noroeste, resultando em uma maior variação entre o ponto de nascente e de poente. O resultado é uma maior permanência da Lua visível no céu.

"Se o evento ocorresse no hemisfério sul, presenciaríamos o nascer da Lua no ponto ao sudeste e seu ocaso ao sudoeste", aponta Monteiro.

O astrônomo diz que essa combinação de órbitas com suas características faz com que o evento da grande paralisação lunar ocorra a cada 18,6 anos.

A transmissão ao vivo pode ser acompanhada (em inglês) pelo canal no YouTube da English Heritage.

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