Descrição de chapéu astronomia

Fenômeno que causa auroras pode levar à corrosão de dutos, aponta estudo

Quanto maior a intensidade das tempestades solares, maiores podem os danos sobre o solo a longo prazo

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A Finlândia é um destino desejado por aqueles que têm o sonho de ver uma aurora boreal. As tempestades solares responsáveis por estes fenômenos, no entanto, podem estar causando corrosão de canos metálicos de gás e óleo, de acordo com pesquisas mais recentes.

Um estudo conduzido por Denny Oliveira, físico brasileiro que atua na Nasa, sobre os efeitos das auroras em Mäntsälä, na Finlândia, avaliou o impacto do fenômeno sobre a infraestrutura de gasoduto de gás natural da região. O artigo foi publicado na revista científica "Frontiers in Astronomy and Space Sciences". O grupo avaliou mais de 300 eventos no local.

A imagem mostra uma aurora boreal com tons de verde e roxo no céu noturno. A aurora é refletida na superfície da água abaixo. À direita, há luzes brilhantes de uma estrutura ou cidade à beira da água.
Aurora boreal no céu de Grand Bend, Ontário, no Canadá - Geoff Robins /AFP

Oliveira e sua equipe perceberam que, quanto maior a frequência das auroras e quanto maior sua intensidade, maiores os danos sobre o solo —e consequentemente, sobre os cabos e canos. Mas, mesmo quando acontece em menor intensidade, mas em alta frequência, o choque de partículas pode causar os mesmos danos, só que mais lentamente.

"Não é um apocalipse, há maneiras de prevenir danos mais severos", afirma o pesquisador. Com a possibilidade de previsão das tempestades solares e dos choques geomagnéticos, é possível programar o desligamento momentâneo de sistemas mais sensíveis e manejar sistemas para mitigar o desgaste precoce de dutos, comenta o físico.

Outro efeito importante do choque de partículas do Sol, que carregam correntes elétricas, é sobre os cabos submarinos de internet e os sinais de telecomunicações, levando a possíveis apagões. Um dos casos mais severos aconteceu em 1989 no Canadá. A tempestade geomagnética deixou a região do Quebec sem energia elétrica por cerca de nove horas, segundo Oliveira.

De acordo com André Wiermann, físico e tecnologista sênior do Observatório Nacional, apagões e outros efeitos são, basicamente, um problema tecnológico. "Quando ocorre essa variação mais intensa, como elas têm uma extensão muito grande, isso produz um efeito de larga escala", explica. "Vários milhares de quilômetros [de cabos e sinais de telecomunicações] sofrem um efeito de indução no solo que produzem correntes elétricas."

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