Alexa Salomão

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A escolha dos indecisos

Segundo o Datafolha, 21% dos eleitores ainda podem mudar o voto

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As análises de prateleira erraram. Esta nunca foi a eleição definida pela economia, pelo tamanho do PIB, vagas de emprego, reformas estruturantes, preço da gasolina ou quantos votos podem ser comprados com a improvisação de um aumento para o Auxílio Brasil.

Não é a reedição de mais uma discussão eleitoral sobre corrupção. Muito menos um embate sacro santo entre Deus e o diabo na terra do sol. País que produz Anitta e Pabllo Vittar não se doutrina com reza ideológica. Precisa de fé genuína.

Esta é a eleição em que o Brasil define quem quer ser.

O país da inclusão racial ou da meritocracia branca. Individual ou coletivo. Do lar ou dá vida. Com acesso à informação ou sigilo de 100 anos. Com mais ou menos árvores em pé. Com ou sem porte de armas. Com ou sem camisa da seleção brasileira para todos. Rosa e azul ou verde, lilás, roxo, extra +.

Sim. Fomos empurrados a esse momento desagradável pela intolerância de alguns. Agora, é preciso ser binário antes de retomar o lúcido caminho do meio. Os progressistas de carteirinha sabem disso. Os conservadores por convicção também.

É por tudo isso que Lula e Bolsonaro permanecem engessados dentro das margens de erro em todas as pesquisas eleitorais. Não há desavisados entre os 45% (para cima e para baixo) que declaram votar em Lula, muito menos nos 35% (para cima e para baixo) que apoiam a reeleição de Bolsonaro. Cada grupo sabe o combo de sociedades que lhe interessa.

A definição, no entanto, pode ficar na escolha dos indecisos. O grupo que ainda não captou o espírito do tempo. Segundo o Datafolha, 21% dos eleitores dizem que podem mudar o voto. Se serve de consolo para eles, o dilema brasileiro é global. Faz parte de uma crise que coloca em xeque a crença em princípios da ciência, formas de governo, sistemas econômicos, interações sociais e almoços em família no final de semana. Escolher é inevitável.

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