Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Alvaro Costa e Silva

As lições do dinamarquês

Prefeito do Rio faz o contrário do que sugere especialista em urbanismo

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Está em cartaz no Centro Carioca de Design até 1º de dezembro a exposição "Jan Gehl: A Vida nas Cidades". Arquiteto e urbanista, o dinamarquês Gehl, 82 anos, defende um conceito básico: "Menos carros, mais gente".

Em entrevista ao repórter Jan Niklas, o homem que conseguiu reduzir o tráfego de veículos na Times Square, em Nova York, e expandir os espaços públicos de Melbourne, na Austrália, criticou a invasão de carros em cidades como o Rio e São Paulo. Afirmou que é preciso "dar boas condições para se caminhar, andar de bicicleta e usar o transporte público. Isto é o mais simples e barato que você pode fazer em qualquer cidade do mundo".

O arquiteto e urbanista dinamarquês Jan Gehl em São Paulo - Marcus Leoni - 23.nov.2016/Folhapress

Marcelo Crivella deveria rever sua aversão a exposições de arte e dar uma passadinha para conferir o trabalho do arquiteto. Quem sabe desistisse do plano de construir quatro estacionamentos subterrâneos em áreas de lazer da zona sul: praças do Lido e Serzedelo Correia, em Copacabana; praça General Osório, em Ipanema; e praça Antero de Quental, no Leblon.

Entupida de ônibus, Copacabana é uma região onde as pessoas podem facilmente chegar a uma das três estações do metrô já existentes. Bairros plantados em terrenos arenosos e rochosos, que dificultam obras de escavação, Ipanema e Leblon têm hoje três estações do metrô depois de décadas de espera.

Por que gastar dinheiro fazendo depósitos de automóveis? As empreiteiras vão agradecer ao prefeito. Como também aquele cidadão que não consegue ir à esquina sem buzinar, furar o sinal e xingar alguém de barbeiro. Construir estacionamentos está na contramão do urbanismo contemporâneo.

Em tempo: semana passada o Senado aprovou medida provisória que cria um novo programa, o Rota 20130, de incentivo ao setor automotivo. No Brasil isso acontece desde os anos 1950. Para usar uma palavra da moda: mamata!

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