Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Alvaro Costa e Silva

Majestade do Samba

Portela canta Clara Nunes para reviver a tradição

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Rio de Janeiro

Entre os portelenses existe uma certeza íntima que Monarco transformou em samba de terreiro. Um dos versos afirma: “A Portela enfrenta derrota como vitória”. Coisas de quem, ao longo de 95 anos de fundação, conquistou o recorde de 22 títulos, e a única a alcançar um impressionante heptacampeonato, entre os anos de 1941 e 1947. Não à toa, a escola é conhecida como Majestade do Samba.

Mesmo assim, nos últimos tempos, o pessoal que se reúne em torno dos bairros de Madureira e de Osvaldo Cruz anda mordido. A Portela até ganha. No entanto, não ganha como no passado, com a facilidade de não passar três anos sem levantar o Carnaval. E não vence mais sozinha, de maneira incontestável.

A águia da Portela, na Sapucaí, no Carnaval-2018
A águia da Portela, na Sapucaí, no Carnaval-2018 - Bruna Prado/UOL

O jejum de 33 anos parecia ter terminado em 2017. Mas então a Mocidade Independente, prejudicada por um erro de julgamento, também foi declarada campeã. Antes a Portela havia dividido o título duas vezes: em 1980, com a Beija-Flor e a Imperatriz Leopoldinense; e em 1984, com a Mangueira. Absoluta pela última vez só no histórico desfile de 1970, cantando “Lendas e Mistérios da Amazônia”. O pior ficara reservado para os anos de 1990 e 1993, quando terminou em 10º lugar, e para 2005, quando, ao bater no penúltimo lugar, correu risco de rebaixamento.

Entre as grandes, foi a que mais sofreu com divisões políticas. Desde o afastamento de Paulo Benjamin de Oliveira, o Paulo da Portela, que, em 1941, perseguido pelo valentão Manuel Bam-Bam-Bam, teve de pedir refúgio na Mangueira de Cartola. E depois com o cisma provocado por Candeia, ao fundar a Quilombo em 1975, e com a crise que originou a Tradição em 1984.

Aparentemente unida, a escola desfila nesta segunda (4) lembrando a trajetória de Clara Nunes. São tempos de escassez de recursos no Sambódromo. Enredos de homenagem são menos complicados de executar e mais fáceis de emocionar. A ver a Majestade.

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