Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Alvaro Costa e Silva

Deixa o Momo governar

Crivella se esforça em ferrar com a economia e, de quebra, com a alegria do Carnaval

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Rio de Janeiro

Não se sabe se Marcelo Crivella viajará durante o reinado de Momo, como fez em 2018. O certo é que não irá assistir ao desfile das escolas de samba. De novo, será um anfitrião ausente. Os camarotes da prefeitura, que custariam ao menos R$ 500 mil, foram vendidos por R$ 125 mil para uma empresa de blindagem —negócio fechado sem leilão, às pressas, quase debaixo dos panos. E olha que o dinheiro arrecadado estava prometido para as creches municipais...

O PIB do Carnaval carioca gira em torno de R$ 2,1 bilhões. O de São Paulo, que este ano terá mais blocos que o Rio, está se aproximando: R$ 1,9 bilhão. Crivella não só quer distância do folião como se esforça em ferrar com a economia e, de quebra, com a alegria. Em protesto, alguns blocos têm se recusado a desfilar —apenas concentram.

O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, que mais uma vez não deve comparecer aos desfiles no Carnaval do Rio
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella, que mais uma vez não deve comparecer aos desfiles no Carnaval do Rio - Lucas Tavares - 1º.jan.2018/Folhapress

O prefeito-bispo, mais acostumado aos púlpitos, bolou uma metáfora infantil para explicar sua relação com o mais importante evento da cidade: “É um bebê parrudo que precisa ser desmamado e andar com as próprias pernas. Quem sabe, no ano que vem, já esteja comendo a sua papinha”, disse, referindo-se aos cortes de recursos públicos.

Bebê parrudo? Como não é chegado, ele deve ter se confundido com a fantasia de bebê chorão: o marmanjo vestindo fraldas, chupeta pendurada no pescoço, cantando “Mamãe, eu quero mamar”.

Triste é saber que, depois da Quarta de Cinzas, Crivella continua. Um administrador que não consegue decidir sobre a demolição ou não da ciclovia Tim Maia —palco de três desmoronamentos— e joga a responsabilidade no colo da população, propondo um plebiscito. Ou que pretende retirar de circulação, da noite para o dia, todas as linhas de ônibus do centro da cidade, no pressuposto de que o sistema VLT —que não é um transporte de massa— ganharia mais passageiros.

 
Melhor dar ao Momo a posse definitiva das chaves do Rio.

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