Alvaro Costa e Silva

Jornalista, atuou como repórter e editor. É autor de "Dicionário Amoroso do Rio de Janeiro".

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Alvaro Costa e Silva

Carmen Miranda bolsonarista

Botando dinheiro pelo ladrão, Embratur tem planos mirabolantes para atrair turistas ao país

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Em "O Dorminhoco", o filme de Woody Allen, um saxofonista vai fazer uma operação rotineira de vesícula, algo dá errado e ele é congelado criogenicamente por 200 anos, até ser descongelado para lutar contra um governo totalitário. Carmen Miranda também será descongelada, mas para ficar patrioticamente ao lado de Bolsonaro.

Um musical na Broadway com a Pequena Notável de volta aos Estados Unidos é apenas um dos planos da Embratur para atrair turistas ao país. Desde que passou a ser presidida por Gilson Machado —sanfoneiro, dono de pousada em Alagoas e parceiro dos filhos do presidente em viagens a Disney—, a agência está botando dinheiro pelo ladrão. O orçamento multiplicou 15 vezes: de US$ 8 milhões para US$ 120 milhões.

Já está em prática um projeto mirabolante: o afundamento de navios e vagões de trem ao longo da costa, para a formação de corais —o que, naturalmente, virou alvo de crítica dos ambientalistas. Talvez por isso mesmo, é a ideia que mais tem empolgado Bolsonaro. 

No filme "Além do Paraíso", Sharon Stone —que outro dia foi banida de um aplicativo de paquera porque desconfiaram que o perfil dela, aos 61 anos, era falso— irá interpretar uma arqueóloga em busca do tesouro do imperador Constantino, escondido em Fernando de Noronha. Também vão reaparecer Mickey e Minnie, na história em quadrinhos "Passeio pelo Brasil". O Zé Carioca foi limado da aventura. É que três regiões não aparecem na planilha de propaganda bolsonarista da Embratur: Centro-Oeste, Sul e Sudeste (onde, por acaso, fica o Rio, ainda o destino preferido dos turistas estrangeiros).

Descongelada —gostaria de saber o porquê de ela ter sido congelada—, Carmen Miranda terá de promover a música nacional, desfiando nosso cancioneiro, da chamada época de ouro até os dias de hoje. Me descongelem quando ela chegar na parte do brega-funk.

Carmen Miranda em cena do documentário "Carmen Miranda - Banana is my Business" - Divulgação

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