Frente a perguntas que exploram áreas abertas do conhecimento, chatbots por vezes inventam coisas, o que torna o seu uso não supervisionado na medicina e em outras áreas da saúde temerário, por mais que suas respostas às dúvidas dos pacientes sejam vistas como superiores às humanas e o tratamento seja percebido como mais empático, como recém-demonstrado.
O problema desaparece quando interagem sob guarda-chuvas conceituais que pararam de se expandir, princípio que é reforçado quando a vida não está na linha. Chatbots estoicos, utilitaristas ou meramente eruditos são de construção relativamente simples e devem se tornar tendência de mercado.
A novidade deve vir embarcada em apps desenhados para gerar microinterações espalhadas ao longo do dia, pois isso condiciona mais do que o consumo focado e gera um senso de companhia.
Ensinamentos serão personificados por facilitadores com redes sociais polpudas. Pois é bom ter em mente que não há área mais atraente para a aplicação destes princípios do que a religiosa. Algumas igrejas, não todas, compartilham teses com as empresas de marketing que agenciam esses megafacilitadores. No topo da hierarquia está um influencer, comandando uma vasta e complexa rede de captação e retenção, cuja função é movimentar os leads pelo funil da rentabilização direta e do consumo de conteúdo patrocinado.
Essa rede costuma incluir vários evangelizadores, além de diversos outros cargos. Ela se mantém porque seu retorno é positivo. Chatbots podem multiplicá-lo, tanto por permitir a eliminação de elos, quanto pelo potencial de engajamento e captação no terreno da concorrência, introduzido pelas interações continuadas, neste meio em que as alucinações trazem baixo risco institucional.
A distribuição tende a ser simples: basta anunciar às famílias que já podem instalar o app de Deus no celular dos seus filhos para lhes ajudar a compreender a palavra. Daí em diante, é só seguir a cartilha atual, dirigindo os expurgos ao RH.
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