Américo Martins

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Américo Martins

Há vagas

Reino Unido não consegue achar candidatos para 810 mil postos de trabalho abertos

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Profissionais de saúde auxiliam pacientes de hospital em Huntingdon; setor de saúde é um dos que têm mais vagas no Reino Unido
Profissionais de saúde auxiliam pacientes de hospital em Huntingdon; setor é um dos que têm mais vagas no Reino Unido - Suzanne Plunkett - 3.nov.2011/Reuters

O Reino Unido está contratando.

Mesmo com as incertezas geradas pelo processo de divórcio litigioso com a União Europeia, que se transformou numa longa e imprevisível novela, a economia britânica vai conseguindo se manter relativamente estável. E com alguns indicadores até certo ponto surpreendentes. Por exemplo: o país precisa neste momento de muita mão de obra.

O índice de desemprego tem girado entre 4,3% e 4,4% desde meados do ano passado. É o patamar mais baixo desde 1975 –e menos da metade do registrado na França, por exemplo. Durante o ano de 2017, 321.000 novos postos de trabalho foram criados na ilha. E mais: muitos empregadores simplesmente não conseguem achar funcionários para os seus negócios.

Uma estimativa do Office for National Statistics (ONS, o IBGE daqui) aponta que 810 mil vagas se encontram abertas à espera de candidatos. É um recorde histórico. Trata-se normalmente de trabalho duro e nem sempre muito bem pago. Mas existem várias opções para os interessados.

O setor que mais precisa de gente é o da saúde, com nada menos do que 125 mil oportunidades de emprego aguardando por enfermeiros, técnicos em enfermagem e agentes comunitários.

O Sistema Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) enfrenta uma aguda falta de enfermeiros. Isso se deve a uma combinação entre a falta de interesse dos jovens britânicos na profissão, uma rotina diária muito dura nos hospitais e o 'brexit'.

Por anos, o sistema se beneficiou de profissionais de saúde que migravam de outros países. Com as incertezas criadas pelas negociações com a União Europeia e a consequente queda no valor da libra em relação ao euro, o fluxo de migrantes europeus diminuiu muito. E o NHS não consegue achar gente qualificada que queira ganhar salários iniciais de 22 mil libras por ano (cerca de R$ 100 mil) e que podem chegar a quase 36 mil libras por ano (cerca de R$ 163 mil).

O setor de bares, restaurantes e hotéis, também muito afetado pelo 'brexit', oferece quase 100 mil vagas no país. A mídia britânica está cheia de histórias de restaurantes excelentes que não conseguem encontrar bons barmen e chefs de cozinha. Há pouco tempo, existiam filas de candidatos europeus para esses empregos. A construção civil, por outro lado, tem relativamente poucas oportunidades: apenas 29 mil postos abertos, em muitos casos de pedreiros –que, segundo um website de classificados, ganham em média 36.679 libras por ano, ou cerca de R$ 166.303,00.

Em muitos casos, não é preciso nem falar inglês direito para se conseguir um emprego por aqui. Mas eventuais interessados em se mudar para o Reino Unido precisam cumprir alguns requisitos básicos. Além de possuir, claro, as qualificações necessárias, eles precisam de um passaporte de um país membro da União Europeia. Afinal, os europeus ainda podem trabalhar na ilha. Pelo menos por enquanto.

LINK PRESENTE: Gostou desta coluna? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.