Ana Cristina Rosa

Jornalista especializada em comunicação pública e vice-presidente de gestão e parcerias da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública)

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Descrição de chapéu forças armadas

Violência política tem gênero

53% das prefeitas dizem ter sofrido violência política apenas por serem mulher

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A violência política de gênero é a maior barreira à participação feminina nos espaços de poder e de decisão. Mesmo acompanhando a questão, fiquei impactada ao ouvir esse dado em meados deste mês enquanto mediava evento no Mato Grosso do Sul sobre a participação da mulher negra nesses espaços.

A informação consta da pesquisa "Perfil das Prefeitas no Brasil - 2017/2020", realizada pelo Instituto Alziras com 45% das 649 eleitas em 2016 e apresentada pela advogada Roberta Eugênio, co-diretora da instituição. A maioria das participantes do levantamento (53%) declarou ter sofrido assédio ou violência política pelo simples fato de ser mulher.

Entre os principais entraves citados, assédio e violências simbólicas nos espaços políticos correspondem a 30%. O desmerecimento ao trabalho e às falas femininas respondem por 23%. Coisa lamentável, mas que não surpreende se considerarmos o que passaram recentemente senadoras na CPI da Covid-19.

Não por acaso, o Brasil ocupa a 142ª posição no ranking de participação de mulheres na política entre 192 países. E as redes sociais têm sido usadas nesse jogo sórdido.

No primeiro turno de 2020, cerca de 40 xingamentos ao dia foram direcionados a candidatas por meio do Twitter, segundo o MonitorA, observatório da violência política do InterLab e da Revista AzMina. Quer demonstração de desrespeito mais explícita e nociva à diversidade nos espaços de poder?

Mulheres geralmente incentivam umas às outras. Mais de 40% do secretariado das prefeitas costuma ser feminino e 69% delas têm ações específicas para o público feminino, segundo a pesquisa do Alziras.

Além de disputarem eleições sem enfrentar desvantagens associadas ao gênero, as mulheres têm o direito de que partidos políticos e a sociedade civil lhes assegurem as condições para que exerçam seus cargos sem temer pela preservação de suas vidas. E sem lidar com o impacto da violência sobre sua saúde mental. A democracia agradece.

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