É aterrorizante o aumento da violência política de gênero e de raça. Estudo realizado pela União Interparlamentar em cinco regiões do globo, entre as quais estão as Américas, apontou que 82% das mulheres parlamentares sofreram violência psicológica.
Pelos dados, 67% das parlamentares foram insultadas; 44% receberam ameaças de morte, estupro, espancamento ou sequestro; 20% foram vítimas de assédio sexual; e outras 20% passaram por violência no ambiente de trabalho.
Os números integram um guia lançado pela Meta, proprietária do Facebook, do Instagram e do WhatsApp, para enfrentar a situação em suas plataformas. Entre as orientações, está a de que as vítimas compartilhem suas histórias nas redes sociais.
Parece justo valer-se das plataformas como antídoto para um mal que elas ajudaram a potencializar ao se tornarem uma espécie de "nova Ágora" —a praça principal das cidades gregas da antiguidade, um espaço no qual se davam os debates. E algumas iniciativas foram adotadas para usá-las também como contraveneno.
Para preparar candidatas e suas equipes para as eleições 2022, o Instituto Alziras e o InternetLab lançaram a websérie "Candidatas nas Redes", sobre estratégias de proteção, defesa e reação ao discurso de ódio, desinformação e fake news. Com o apoio do Google, Redes Cordiais e InternetLab lançaram o "Mulheres na Política: Guia para o Enfrentamento da Violência Política de Gênero".
No Brasil, os dados de violência política de gênero apontam uma nova agressão a cada 15 dias, segundo o MPF. O número, infelizmente, deve ser bem maior considerando que todo ataque, ameaça, constrangimento ou impedimento ao acesso de mulheres a espaços de poder e decisão é um ato de violência, e boa parte das ocorrências não é notificada.
Daí a importância de aumentar a conscientização e incentivar as denúncias. Como diz a campanha lançada pela Câmara dos Deputados, a principal vítima da violência política de gênero é a democracia.
Ana Cristina Rosa
Jornalista especializada em comunicação pública e vice-presidente de gestão e parcerias da Associação Brasileira de Comunicação Pública (ABCPública)
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Quando a vítima é a democracia
Estudo mostra que 82% das mulheres parlamentares sofreram violência psicológica
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