Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Bolsonaro insiste em desinformação para manipular debate sobre vírus

Mentirada é estratégia conhecida do presidente, mas agora põe vidas em risco

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No início da tarde, o ministro da Saúde lançou um alerta. Henrique Mandetta afirmou ser "muito importante evitar as notícias falsas" sobre a pandemia do coronavírus e fez um apelo: "Estamos lidando com a vida de seres humanos". Ainda falta mandar o aviso ao presidente.

Jair Bolsonaro acordou no Dia da Mentira disposto a golpear a realidade. Pela manhã, ele publicou um vídeo para dizer que as medidas de isolamento implantadas no combate ao vírus haviam provocado desabastecimento de comida em Minas.

Não era verdade. A rádio CBN foi até a Ceasa e mostrou que a situação era normal. A gravação havia sido feita durante a limpeza do espaço. O presidente apagou a postagem e pediu desculpas, não sem antes ser desmentido pela ministra da Agricultura, que disse não haver notícias de desabastecimento no país..

Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada nesta quarta (1º/4) - Ueslei Marcelino/Reuters

Sergio Moro também pegou carona em relatos falsos. Na terça (31), o ministro da Justiça interrompeu uma entrevista no Planalto e divulgou o boato da prisão de um traficante que teria passado a cumprir pena em casa para evitar contágio pelo coronavírus. Era mentira. Segundo a Polícia Civil gaúcha, o tal homem não estivera preso antes.

O presidente e seus aliados continuam espalhando desinformação para manipular o debate da crise. Redes como Twitter e Instagram já tiveram que apagar ou editar postagens de bolsonaristas para conter a correnteza. O último alvo foi Regina Duarte, que publicou a informação falsa de liberação da cloroquina pela Anvisa no tratamento da Covid-19.

A mentirada é uma conhecida estratégia política do governo para produzir tumulto e confundir a população. A diferença é que, agora, esse jogo põe vidas em risco.

Porta-voz da ala radical do Planalto, Carlos Bolsonaro afirmou que o país caminhará para o socialismo se a população pobre depender de dinheiro do Estado para comer. Além da crise, os miseráveis também serão vítimas da cegueira ideológica.

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