Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Pesquisas mostram estoque limitado de votos em disputa no Sudeste

Região só vai definir corrida presidencial se um candidato conseguir roubar votos de outro

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As últimas rodadas de pesquisas no Sudeste indicam que existe um estoque limitado de votos disponíveis no principal campo de batalha da disputa deste ano. Os números mostram que eleitores de São Paulo, Minas Gerais e Rio reproduzem a lógica nacional ao escolher cedo seus candidatos a presidente, o que reduz a margem para que esses estados mudem a situação da corrida.

Lula, Jair Bolsonaro e Ciro Gomes definiram a região como prioridade para as atividades de campanha. É um investimento com retorno incerto. Segundo o Ipec, só 5% dos eleitores paulistas, mineiros e fluminenses se dizem indecisos, enquanto 86% já apontam um candidato, e 9% declaram voto em branco ou nulo.

Os brasileiros que continuam em busca de um presidente nesse trio de estados representam só 2% do eleitorado do país. Isso significa que qualquer movimento significativo na disputa nacional a partir da região só virá se um candidato tirar votos de outro. Se este é o caso, Bolsonaro tem uma montanha para escalar.

Montagem de fotos do ex-presidente Lula (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL) - Ricardo Stuckert e Evaristo Sa/AFP

O presidente está dez pontos atrás de Lula no triângulo SP-MG-RJ, com um desempenho muito inferior ao da última eleição: ele marca 32%, ante 48% do primeiro turno de 2018. Para voltar ao patamar da disputa passada, Bolsonaro precisaria conquistar todos os indecisos e ainda roubar 7 milhões de votos de outros candidatos nesses estados.

Os torpedos disparados pelo Planalto na economia devem ajudar o presidente a cobrir parte do caminho, mas os eleitores do Sudeste não parecem tão sensíveis a esse tipo de pacote. Números recentes do Datafolha mostraram que 63% dos moradores da região dizem que medidas recentes do governo só têm o objetivo de ganhar votos para Bolsonaro.

O cenário apresenta à campanha de Lula o desafio de segurar o apoio que ele já conquistou na região até agora. Com 42% das intenções de voto em São Paulo, Minas e Rio, o petista deve trabalhar para evitar uma fuga de eleitores de baixa renda e conter os apelos de Bolsonaro a grupos como os evangélicos.

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