Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Debate da Globo pode mexer em dois fatores importantes para Lula e Bolsonaro

Encontro terá peso sobre decisão de voto do eleitor menos convicto e vontade de ir às urnas

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O debate na TV Globo não mexe na ampla base fiel de Lula e Jair Bolsonaro, mas as mensagens finais de cada candidato ainda podem ter influência sobre dois fatores importantes: a decisão de voto do eleitor menos convicto e sua vontade de ir às urnas.

Lula tem o privilégio de jogar pelo empate na sexta-feira (28). Ele não precisa tomar riscos, mas tem que evitar erros. Isso envolve calibrar o discurso para segurar eleitores que estão dispostos a derrotar Bolsonaro, ainda que não sejam fãs do PT.

O desafio do ex-presidente será corrigir pontos fracos do debate anterior, quando deu respostas vacilantes sobre corrupção e entregou o palco para uma pregação conservadora do rival. Bolsonaro deve insistir nesses temas, o que faz com que uma das prioridades de Lula seja impedir que o presidente surfe na rejeição à esquerda para capturar eleitores indecisos ou hesitantes.

A virada desses votos é crucial para ampliar as chances do presidente. Bolsonaro tende a investir no desgaste do petista, mesmo sabendo que sua própria imagem sofre corrosão na reta final graças à companhia de figuras como Roberto Jefferson.

Jair Bolsonaro e Lula durante debate da TV Globo no primeiro turno - Marcos Serra Lima/G1

Lula indicou que pretende reforçar ainda mais a aposta na população de baixa renda. A ideia é destacar a economia e vincular Bolsonaro à proposta de acabar com o reajuste do salário mínimo. O objetivo é converter novos votos e estimular o comparecimento desse eleitor.

Bolsonaro sabe qual é seu ponto fraco. Nos últimos dias, a campanha do presidente forçou a barra na propaganda eleitoral para dizer que Lula pode congelar o salário mínimo porque terá pouco apoio no Congresso. No debate, o presidente deve encampar uma promessa de manter a política de reajustes pela inflação.

O eleitor mais pobre ainda pode fazer diferença. Segundo o Datafolha, 7% desses brasileiros dizem que talvez votem em Lula, e 7% afirmam que talvez votem Bolsonaro. Considerando que esse grupo representa metade do eleitorado e que há entrevistados que admitem apoio a ambos, haveria pelo menos 3,5% dos votos totais em disputa só no segmento de baixa renda.

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