Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Bolsonaro tenta montar trincheira no Senado contra STF em 2023

Bolsonaristas querem Rogério Marinho (PL-RN) na presidência da Casa para emparedar tribunal

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Enquanto tenta agitar as ruas com falsas suspeitas sobre as eleições, Jair Bolsonaro se mexe para montar uma trincheira no Senado a partir de 2023. O presidente e seus aliados intensificaram as articulações para emplacar no comando da Casa um parlamentar que tope emparedar o STF quando o capitão deixar o poder.

A escolha de um presidente do Senado bolsonarista é tema de diversas reuniões em Brasília. A maior parte dos encontros é liderada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Ele deixou claro aos potenciais integrantes da aliança que o principal objetivo é mandar um recado ao STF.

A turma do presidente sempre demonstrou interesse em remover Rodrigo Pacheco (PSD-MG) da chefia do Senado. O parlamentar mineiro é visto como um obstáculo a pedidos de impeachment de ministros do Supremo e outras medidas para limitar o poder da corte.

Esses políticos entendem que a escolha de um bolsonarista para o posto não precisa necessariamente culminar na derrubada de ministros do STF, mas pode pressionar a corte a exercer uma autocontenção.

Rogério Marinho (PL-RN), então ministro do Desenvolvimento Regional, em cerimônia com o presidente Jair Bolsonaro (PL), em setembro de 2021 - Adriano Machado/Reuters

Em uma conversa recente com Flávio, integrantes do grupo afirmaram que o objetivo seria traçar uma linha no chão: convencer o STF a encerrar inquéritos em andamento contra bolsonaristas, enterrar os atritos do passado e responsabilizar o tribunal apenas por novas decisões que eles considerarem abusivas.

O escolhido para exercer a função é o senador eleito Rogério Marinho (PL-RN), ex-ministro de Bolsonaro. No fim de outubro, ele deu uma pista da proposta em entrevista a uma rádio potiguar. "Eu não posso jogar sobre fatos pretéritos", afirmou. "Eu só posso me debruçar sobre casos que ocorrerem de fevereiro em diante."

Marinho se reuniu com Bolsonaro na quarta-feira (23). Ele é o favorito porque critica a conduta dos ministros do Supremo, mas também é um representante da velha política. Aliados acreditam que ele pode conquistar votos no Senado graças às generosas verbas das emendas de relator que sua pasta distribuiu.

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