Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Bruno Boghossian
Descrição de chapéu Caixa Econômica Federal

Lula mantém relação instável no Congresso após baculejo de partidos

Presidente topa queda de braço em torno de cargos para não abrir mão de muito poder de uma vez só

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

O Planalto foi palco de uma cena explícita de pressão política. Depois de um evento na terça (26), parlamentares do PSD cercaram Alexandre Padilha para cobrar o controle da Funasa e a liberação de uma verba travada pelo Ministério da Saúde.

"Se a gente dançar, a ministra vai dançar também", ameaçou a deputada Laura Carneiro (PSD), que caprichou no linguajar ao se referir a Nísia Trindade. No dia seguinte, Padilha tentou fazer graça, mas acabou reforçando o desconforto. "Eu sei que vocês ficaram chocados com o baculejo que eu recebi ontem", declarou. "Vocês não têm ideia do que eles fazem comigo a portas fechadas."

Nove meses e uma reforma ministerial depois, Lula continua numa relação instável com sua base. O apetite dos partidos que fecharam negócio com o governo antes da posse e o acordo tardio com o centrão submetem o presidente a uma insegurança permanente.

Ainda que tenha interesse na aliança para sustentar o governo, Lula parece disposto a enfrentar uma queda de braço para não abrir mão de muito poder de uma vez só. Nas últimas semanas, o presidente escolheu a negociação pelo comando da Caixa para marcar essa posição.

A entrega do banco ao grupo de Arthur Lira (PP) estava prevista nas discussões com o centrão, mas Lula segurou o negócio. Há pouco mais de dez dias, o presidente da Câmara mandou um recado quando disse à Folha que o acordo daria conforto ao governo nas votações da Casa e apontou que o controle da Caixa fazia parte daquele acerto.

Lula ouviu o baculejo de Lira, mas manteve o freio puxado. O petista afirmou na segunda (25) que não está "disposto a mexer com nada" e insinuou que pode manter a Caixa como está até o fim do ano.

O impasse é fruto da desconfiança mútua entre Lula e Lira. O Planalto segura os cargos porque ainda quer saber se os partidos vão entregar os votos que prometeram, enquanto o presidente da Câmara aperta a pauta de votações no plenário até que o centrão esteja abastecido.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar cinco acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.