Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Descrição de chapéu Datafolha Governo Lula

Datafolha: A percepção sobre a economia e a janela do governo

Pesquisa traduz azedume, mas mostra que Lula está longe de uma crise de confiança nas ruas

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Brasília

Lula entrou em seu segundo ano de governo com uma virada de maré nos sentimentos da população sobre a economia. Desde dezembro, a avaliação positiva sobre a situação econômica do país caiu seis pontos. O eleitor demonstrou mais desconforto com sua condição pessoal e exibiu menos otimismo em relação aos próximos meses.

Se o presidente buscar uma boa notícia na nova pesquisa do Datafolha, poderá ver que os índices de percepção sobre a economia pararam de cair. O percentual de entrevistados que consideram que a própria situação pessoal piorou nos últimos meses passou de 28% para 24%. A variação foi puxada principalmente pelos jovens e pelos mais pobres.

Os números sugerem, por outro lado, uma incerteza do eleitor nessa área. Um dos indícios é o contraste particularmente agudo entre a avaliação feita da porta para dentro e da porta para fora. Depois de subir seis pontos na virada do ano, a percepção de que a situação econômica do país piorou ainda oscilou para cima e chegou a 42%.

O presidente Lula (PT) em cerimônia no Palácio do Planalto - Evaristo Sa/AFP

Nesse quesito, a variação negativa foi praticamente generalizada —entre pobres e ricos, em quase todas as regiões (à exceção do Nordeste). Trata-se de um quadro que reforça a hipótese de uma percepção menos vinculada a sensações sobre os efeitos da economia na ponta (emprego e inflação) e mais permeável a contaminações externas.

O desafio adicional para Lula é o fato de que uma fatia dos eleitores deixou para trás parte do otimismo com a economia. O percentual de entrevistados que afirmam que a situação do país vai melhorar caiu de 47% para 40% desde o ano passado e não se recuperou. No caso da expectativa pessoal, passou de 62% para ainda altos 55%.

A pesquisa traduz em números o azedume com a economia, mas mostra que Lula está longe de uma crise de confiança nas ruas. O governo mantém aberta uma janela para mostrar a que veio para um eleitor que parece não se contentar com resultados tímidos.

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